Marcos Pitombo ganha papel principal em 'A História de Ester'
- Márcio Maio
- Direto do Rio
Participar da primeira minissérie de época da Record já era um sinal de prestígio e tanto para Marcos Pitombo. Mas seu orgulho por estar em A História de Ester aumentou ainda mais quando, depois de escalado para viver o aprendiz de vilão Dalfom, hoje interpretado por Gabriel Gracindo, foi promovido a protagonista, na pele do poderoso Rei Assuero. "Foi um voto de confiança depositado pela direção que fiz questão de buscar honrar. Não me preocupo com o tamanho dos personagens, mas sei que é um passo grande na carreira assumir um posto tão importante como esse", avaliou o ator, que largou a faculdade de Odontologia no sétimo período para ingressar nas artes cênicas. Forte candidato ao posto de galã na Record - e isso se comprova pela quantidade de meninas que o observam, envergonhadas, durante as fotos -, Marcos jura que não se preocupa com rótulos. Mas enxerga com otimismo o espaço que vem recebendo dentro da emissora. "A Record está crescendo e acho justo e digno ela ajudar a sua equipe a crescer junto e não ficar se preocupando em trazer gente que está sem contrato", opinou ele, que também veio da concorrência. Pitombo estreou na TV em 2005, quando encarnou o gigaboy Siri de Malhação.
Em História de Ester, você interpreta um rei que é apresentado, inicialmente, com características distantes das usadas em mocinhos, embora seja esse seu posto na obra. Foi difícil construir essa relação em apenas 10 capítulos?
O Assuero, apesar de ser o herói ali, é um personagem que carrega sentimentos diversos na história. Fica claro no texto que ele manda matar, toma atitudes nada piedosas, mas o que sustenta esse romance épico é a força que a Ester tem. Era preciso mostrar nas cenas que ela traz a iluminação ao rei através do amor. Por ser uma obra fechada, deu para brincar um pouco mais com essa transição. Construí um Assuero mais gelado nos primeiros capítulos e, aos poucos, fui esquentando essa criação.
Esse é o seu terceiro trabalho na emissora e primeiro protagonista. Você esperava receber o convite para assumir esse posto?
Não fico pensando em tamanho de personagens. Costumo focar no que me dão e, a partir dali, me esforçar para crescer. Mas claro que é gratificante ficar com essa responsabilidade. Ainda mais nesse caso. Trata-se de um personagem muito importante dentro de um produto que tem valor especial para a emissora. Essa é a primeira minissérie da Record nesta nova fase e ela foi desenvolvida com ares de superprodução. O período retratado não é visto na tevê aberta, que geralmente explora de 1.500 para cá, até porque o Brasil não existia até então. São vários elementos que aumentam - e muito - a carga de responsabilidade deste trabalho.
Você chegou a sentir receio de fazer a minissérie por se tratar de uma história bíblica?
Não, porque não existe caráter catequista neste trabalho. A sociedade dessa época tinha valores completamente diferentes, logo não temos como criar parâmetros com os dias de hoje. O imperador era a figura de referência política em tudo que se conhecia por mundo. Ele era uma figura religiosa de uma sociedade que tinha uma religião politeísta. E existia o povo judeu, que era de uma religião monoteísta. O próprio Assuero questiona esse poder que é dado a ele. É claro que existe uma mensagem religiosa, porque a história é bíblica. Mas, acima de tudo, é uma história de amor e de valores.
Como tem sido o retorno do público nas ruas? Elas comentam o fato de ser uma obra baseada em conflitos religiosos?
Fiquei bem impressionado com o que vi até agora. As pessoas me abordam no mercado, na praia, em qualquer lugar. Percebo que a história atinge desde o público mais elitista, formador de opinião, até as classes mais simples. Acho bacana porque, além de ser uma história de amor, a minissérie fala sobre algo importante: a força de uma mulher mesmo em um tempo onde elas não tinham a menor expressão. Não existe só a religião ali. Isso, aliás, fica em terceiro, quarto plano, diante de tantos outros elementos que ganham mais força.
Depois de A História de Ester, você acha que ganha um novo status na Record? Acredita que a emissora aposta em você como um novo galã?
Não me preocupo com rótulos. Se acontecer, acho louvável. A Record está crescendo e acho justo e digno ela ajudar a sua equipe a crescer junto e não ficar se preocupando em trazer gente que está sem contrato. Mas não me encaro dentro desse contexto. Sou sério com meu trabalho e aproveito as oportunidades que chegam a mim.
A História de Ester - Record - Terças e quintas, às 23h.