Marilac critica “gays nojentas” e pede travestis na Globo
Em vídeo, youtuber transexual defendeu Ratinho da acusação de homofobia
Luisa Marilac, aquela do bordão ‘neste verão, decidi fazer algo diferente...’, usou seu canal no YouTube (@lusatrans), onde já teve mais de 3,3 milhões de visualizações, para protestar contra o patrulhamento politicamente correto dentro do meio LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros).
Ela, que se define como travesti e mulher trans ao mesmo tempo, ficou irritada com homossexuais que criticaram sua linguagem popular e a acusaram de ser transfóbica.
Gravou um vídeo para protestar. “Ultimamente, tem umas gayzinhas nojentas que me dão raiva. Querem obrigar a gente a pensar como elas e não respeitam a nossa opinião”, desabafou.
“Estou cansada de pisar em ovos (ao falar). Vem meia dúzia de viado sofrido me chamar de transfóbica porque eu falo operação (de mudança de sexo)”, disse Marilac, que admitiu não saber o termo científico – cirurgia de redesignação sexual.
“Que raiva dessas bichas, não devem nem saber o que é preconceito”, disparou a trans, que ficou famosa na internet em 2011, ao aparecer no YouTube tomando ‘bons drinques’ numa piscina, na Espanha.
No mesmo vídeo dessa semana, Marilac saiu em defesa de Ratinho, protagonista de polêmica recente ao postar um depoimento numa rede social reclamando por ter “muito viado” nas novelas Globo.
“Uma vez, nos bastidores do SBT, vi o Ratinho rindo, se divertindo com as bichas, com as drag queens”, relatou a youtuber. “Ele é meio maluco, mas tem um coração enorme, é uma pessoa generosa.”
A trans acredita que “pessoas oportunistas”, que não gostam de gays, aproveitaram a situação controversa com o apresentador para destilar preconceito na internet. “Como figura pública, Ratinho precisa ficar mais atento.”
Luisa apoia o crescimento da visibilidade de homossexuais na televisão brasileira: “Tem que colocar muito viado mesmo, a Globo está de parabéns”.
Militante independente da causa LGBTT, ela gostaria que a emissora mudasse a maneira de exibir travestis em sua teledramaturgia e nos programas de humor.
“Não só a figura caricata da travesti, para fazer as pessoas rirem, ou da travesti como prostituta.”
Em seus vídeos, a webceleb compartilha sua rotina, ensina receitas, comenta crimes de homofobia e transfobia, conta experiências ruins em programas de TV e relembra os anos nos quais se prostituiu na Europa.
Após o Carnaval, vai lançar um livro de memórias em parceria com a jornalista e escritora Nana Queiroz. O título suscita curiosidade: ‘Travesti por Acidente e Mulher por Vocação’.
“Não sou estudada, mas tenho uma vivência que poucos têm, a da rua, a da vida”, diz.
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