Arrogância, charme e emoção: MasterChef salva a Band de novo
Reality foi antecipado em 2015 e registra recordes de audiência na segunda temporada
Muitos ficaram surpresos quando a segunda temporada de MasterChef foi anunciada para maio. Com início em setembro e término em dezembro de 2014, pouco mais de cinco meses separaram essa edição do ano de estreia. O intervalo curto condiz com uma crise de audiência sem fim da Band, que demitiu equipes, cancelou atrações e mudou um elenco atrás do outro desde o início de 2015.
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A missão do reality comandado por Ana Paula Padrão era clara: tirar o canal do buraco. Com seis pontos de média, a atração semanal levou os índices do horário na emissora de dois pontos e meio de pico com o CQC, para oito, com segundo lugar garantido. Com Copa do Mundo e eleições, o ano passado não chegou a ser tão ruim para a empresa do Morumbi, mas o fracasso do "menino (com peso) de ouro" Luiz Bacci começou a cortar cabeças mesmo antes da virada do ano.
Em 2015, com o fim do Agora é Tarde, de Rafinha Bastos, e a total mudança do Custe O Que Custar, que agora dorme "feliz" com 1,5 pontos de média, o MasterChef retorna com o mesmo objetivo, só que com o buraco muito mais fundo. Mesmo assim, de novo, o reality está conseguindo salvar a lavoura.
Arrogância, charme e pressão: receitas para o sucesso de um formato universal
Principais destaques da atração, Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella são os reais motivos para colocar um sorriso no rosto dos produtores da edição brasileira. Arrogantes, duros, críticos e até um pouco forçados vez ou outra, Jacquin, Fogaça e, especialmente, Carosella, fazem dos concorrentes verdadeiros experimentos de laboratório para a criação de novas broncas e grosserias temperadas com um alto ar de superioridade. E é isso que faz a galera enlouquecer.
Mas a atitude não é uma particularidade do trio, muito pelo contrário. O formato meio apelativo é universal, sendo praticado nos 49 países em que é transmitido, da Albânia ao Vietnã.
Originalmente britânico, o reality ganhou esse tempero apimentado com o chef Gordon James Ramsay. O escocês ia muito além das caretas de Jacquin e comentários ríspidos de Carosella, tendo como uma de suas marcas cuspir a comida no chão. Mesmo no MasterChef Junior, onde crianças disputam a preferência dos jurados, Ramsay não dá refresco.
Com seis pontos e meio de média, o MasterChef bateu o recorde de 2014 e alcançou seus melhores números desde a chegada ao Brasil. Comandado por Datena, o Brasil Urgente, por exemplo, um dos "programas de camarote" da Band, fica sempre por volta dos três pontos nos bons dias, metade do alcance do reality.
Nas redes sociais, a repercussão é ainda maior. É só o reality começar que, frequentemente, hashtags e assutons relacionados ao que se passa na disputa surgem entre os mais comentados do Twitter. Musa, Paola Carosella tem mais de 30 mil seguidores e interage com eles com frequência.
Com índices altos, consolidados e boa crítica, o MasterChef "de inverno" pode garantir um restante de ano sem cabeças rolando pelos estúdios da emissora dos Saad, já que, pelo menos enquanto estiver no ar, o programa atrai alta repercussão e publicidade, mesmo que um pouco negativa de vez em quando.