Mediadora de debate quer mais mulheres e negros na política
Âncora do ‘Jornal da Cultura’, Joyce Ribeiro vai comandar o encontro de presidenciáveis na TV Aparecida
Acontece no próximo dia 20, ao vivo a partir das 21h30, o ‘Debate de Aparecida’. Confirmaram presença os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSL). O PT ainda não garantiu a presença do candidato que substituirá Lula na chapa.
A TV Aparecida, que completa 13 anos neste sábado, dia 8, tornou-se o oitavo canal de TV aberta mais visto no País, de acordo com dados da empresa Kantar Ibope na Grande São Paulo, principal área de aferição de audiência.
Para a mediação do debate com presidenciáveis, o canal ligado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) convidou Joyce Ribeiro, apresentadora do Jornal da Cultura, da TV Cultura de São Paulo.
Com carreira de âncora construída em telejornais do SBT, onde trabalhou de 2005 a 2017, a jornalista conversou com o blog a respeito desse desafio profissional e ressaltou a necessidade de ampliar a participação feminina e de negros na política.
Qual a importância para você, e às mulheres negras em geral, ter sido escolhida como mediadora do debate?
Vivemos um dos períodos mais importantes para uma nação, que é a escolha dos nossos representantes. Ter sido convidada para mediar este debate entre os candidatos à Presidência reforça a nossa representatividade, em uma área onde a presença feminina e negra ainda é pequena. E isso é importante para que toda a comunidade negra se sinta presente, de forma atenta e atuante em relação às decisões mais importantes do País.
Como tem sido a preparação?
Os encontros com a direção da TV Aparecida e com a equipe de jornalismo da emissora são constantes e, juntos, acertamos cada detalhe desta operação. Um debate presidencial depende de muitos aspectos técnicos e estratégicos, que precisam funcionar perfeitamente para o bom andamento do programa. O objetivo é expor as ideias dos candidatos sobre os assuntos que interferem na vida de todos nós.
Apesar das regras, alguns candidatos costumam ser indisciplinados nos debates. Está preparada para a árdua missão?
Muitos candidatos tentam falar um pouco mais ou interromper outras falas, mas todos estarão cientes de que as regras serão cumpridas à risca, para que todos tenham a mesma oportunidade de exposição. É um grande desafio, mas quanto a isso, serei bem criteriosa.
Quais suas referências de jornalistas mediadores?
Lembro muito do primeiro debate que acompanhei da redação do SBT, mediado pela jornalista Ana Paula Padrão. Despertou meu interesse pelo formato e toda a produção envolvida, além do estudo de assuntos políticos, que ficaram cada vez mais presentes na minha rotina.
Como avalia um País com maioria de mulheres ainda ter uma presença feminina tão tímida na política?
Os cargos e as decisões políticas ainda estão nas mãos dos homens, e isso explica boa parte desta resistência em relação à entrada e o destaque das mulheres no universo político. Aos poucos, de forma mais lenta do que seria ideal, as mulheres usam as oportunidades que recebem com o objetivo de multiplicar a presença de outras, mas isso acontece devagar e com pouco incentivo dos homens.
Você acompanha a programação da TV Aparecida?
Eu estive algumas vezes na TV Aparecida antes do convite para o debate e já participei de um programa da casa quando lancei o meu livro (Chica da Silva – Romance de uma Vida/Editora Planeta). Os estúdios são modernos, bonitos e os programas, super interessantes. A equipe é muito competente e já trabalhei com alguns colegas que reencontrei agora.
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