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Melhor romance de ‘Segundo Sol’ é o do casal de prostitutos

Ícaro e Rosa são tão carismáticos e bem-intencionados que até o público conservador torce pelos dois

12 jun 2018 - 13h43
(atualizado às 15h12)
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Ícaro e Rosa se amam enquanto se vendem por dinheiro: prostituição embalada por intenções nobres
Ícaro e Rosa se amam enquanto se vendem por dinheiro: prostituição embalada por intenções nobres
Foto: TV Globo / Divulgação

No capítulo 25 de Segundo Sol, exibido na segunda-feira (11), Luzia/Ariella (Giovanna Antonelli) e Beto/Miguel (Emílio Dantas) tiveram o aguardado reencontro. Na casinha simples de Boiporã, os protagonistas se amaram e juraram jamais se separar novamente – o que acontecerá em breve, aliás, pois novela precisa de drama.

Giovanna e Emílio são, além de atores competentes, figuras magnéticas. Funcionam juntos diante das câmeras. Impossível não torcer pela felicidade de seus personagens. Mas o casal sensação do folhetim das 21h da Globo é outro: Ícaro (Chay Suede) e Rosa (Letícia Colin), garoto e garota de programa sob o comando da vilã Laureta (Adriana Esteves).

Há nos dois uma picância e um frescor irresistíveis. Trata-se de romance temperado com malícia, humor brejeiro, sensualidade genuína e, claro, beleza. Afinal, os atores impressionam tanto vestidos quanto seminus. Passionais e ciumentos, Ícaro e Rosa se provocam o tempo todo. Vivem da prostituição, mas no fundo desejam ser exclusivos um do outro.

A incursão pelo universo do sexo pago foi, até aqui, bem aceita pelo telespectador da novela. Talvez pelas explícitas motivações de ambos. A jovem usa o dinheiro para ajudar a família pobre. O rapaz quer juntar o suficiente para bancar uma vida confortável com a irmã, Manu (Luisa Arraes).

Bem colocados pelo autor João Emanuel Carneiro, esses objetivos nobres se mostram mais fortes do que o (falso) moralismo que frequentemente preenche o discurso do público conservador. Em produções anteriores, por muito menos, personagens igualmente sexualizados e despidos de pudor foram julgados e rejeitados.

Chay e Letícia têm inteligência cênica: sabem conduzir Ícaro e Rosa sem resvalar para a vulgaridade, e enxertam um convincente fundo dramático às ações dos personagens. Por fugir do estereótipo cansativo (e pouco crível) do casal romântico, o garoto e a garota de programa de Segundo Sol conquistam o interesse e até a torcida dos telespectadores.

Com o perdão do trocadilho lascivo, vê-los em cena é um prazer.

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