'Miguelito': cópia de 'Chaves' durou 5 dias na RedeTV! em 2000
E+ conversou com Eduardo Estrela, protagonista da série que foi 'rejeitada' pela Record e negava similaridades com o seriado mexicano; veja comparação dos personagens
Miguelito, 'cópia' de Chaves que foi ao ar pela RedeTV! durante menos de uma semana, completa 20 anos de sua estreia, em 17 de julho de 2000.
O programa, uma co-produção entre a GPM [Gugu Produções Merchandising], produtora de Gugu Liberato que tinha Beto Carrero como sócio, e a Câmera 5, de Elias Abrão, irmão da apresentadora Sonia Abrão, foi adiado diversas vezes acabou sendo 'repassado' à RedeTV! após desistência da Record.
Vinte anos depois, o E+ conversou com o protagonista Eduardo Estrela sobre a época das gravações e os motivos de o programa não ter dado certo.
Miguelito x Chaves
A história girava em torno de Miguelito, um jovem que vivia em uma vila, onde interagia com seus amigos Bolão (David Fantazzini), Lilica (Ana Andreatta) e Marquinhos (Davi Taui), que tinham características semelhantes a Nhonho, Chiquinha e Kiko, do seriado mexicano.
Confira na galeria abaixo uma comparação entre o visual de personagens das séries:
'Miguelito' x 'Chaves' - A série 'Miguelito', lançada pela RedeTV! em 17 de julho de 2000, chamou atenção por diversas similaridades com clássico seriado mexicano 'Chaves' (clique aqui para ler mais sobre a produção). Confira algumas delas a seguir e tire suas conclusões.
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1973) / Televisa | Reprodução de 'Miguelito' (2000) / RedeTV! / Estadão
Miguelito x Chaves - Eduardo Estrela como o protagonista Miguelito e Roberto Bolaños como Chaves.
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1973) / Televisa | Reprodução de 'Miguelito' (2000) / RedeTV! / Estadão
'Miguelito' x 'Chaves' - As chamadas de 'Miguelito', da RedeTV!, e Chaves, no 'SBT'.
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1973) / Televisa | Reprodução de 'Miguelito' (2000) / RedeTV! / Estadão
Bolão ('Miguelito') x Nhonho ('Chaves') - David Fantazzini interpretava Bolão, um amigo de Miguelito na série brasileira, enquanto Édgar Vivar era Nhonho em 'Chaves'.
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1973) / Televisa | Reprodução de 'Miguelito' (2000) / RedeTV! / Estadão
Dona Tita ('Miguelito') x Dona Florinda ('Chaves') - A atriz Lara Córdula interpretou a personagem Dona Tita em 'Miguelito', personagem semelhante à Dona Florinda, de 'Chaves', vivida por Florinda Meza.
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1973) / Televisa | Reprodução de 'Miguelito' (2000) / RedeTV! / Estadão
Marquinhos ('Miguelito') x Kiko ('Chaves') - O personagem Marquinhos, vivido por Davi Taiu em 'Miguelito', apresentava semelhanças com Kiko, de 'Chaves'.
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1973) / Televisa | Reprodução de 'Miguelito' (2000) / RedeTV! / Estadão
Lilica ('Miguelito') x Chiquinha ('Chaves') - Ana Andreatta interpretou Lilica em 'Miguelito', que era amiga do protagonista, assim como Chiquinha, personagem de Maria Antonieta de las Nieves, em 'Chaves'.
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1973) / Televisa | Reprodução de 'Miguelito' (2000) / RedeTV! / Estadão
Isso isso isso! - Criada por Roberto Bolaños, a série infantil Chaves foi ao ar pela primeira vez em 20 de junho de 1971. Não era ainda da forma que ficou conhecido, tinha apenas um quadro intitulado 'Chespirito'. E atenção: com mais de 100 episódios inéditos, 'Chaves' chega nesta segunda, 21, a partur das 23h, ao canal Multishow. Exbição será em ordem cronológica.
Foto: SBT/ Divulgação / Estadão
Garoto do barril - O barril é um esconderijo secreto, o Chaves nunca dormiu lá. Dizem que o Chaves dividia o apartamento com uma velhinha. Nem ela nem o apartamento nunca apareceram no seriado.
Foto: SBT/ divulgação / Estadão
O passado - Conhecida por interpretar Dona Clotilde, ou melhor a Bruxa do 71, Angelines Fernández Abad nasceu em Madri e foi guerrilheira, lutando contra a ditadura de Franco. Atriz deixou a Espanha para viver no México.
Foto: SBT/ Divulgação / Estadão
Clima romântico - Os encontros entre Dona Florinda e o Professor Girafales são embalados por um música que teve inspiração na trilha do filme "E o Vento Levou" (Tara's Theme).
Foto: SBT/ Divulgação / Estadão
Bebê a bordo - Em 1974, Maria Antonieta de las Nieves, atriz que deu vida à personagem Chiquinha, passou um tempo fora do programa, pois estava grávida. Para explicar o desaparecimento dela, criou-se a história de ela tinha ido morar com tias no interior.
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O mais pop - Quando Ramón Valdez (Seu Madruga) estava internado, Carlos Villagrán (Quico) foi visitá-lo e estava muito triste pela situação ao amigo, que disse para ele se acalmar pois iriam se encontrar "lá". Carlos: "No céu?". Seu Madruga, brincando: "Não, no inferno". Ramon morreu ao 64 anos em 9 de agosto de 1988.
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Ta ta ta ta ta - Morto em 17 de junho, aos 82 anos, Rubén Aguirre Fuentes, o Professor Girafales, trabalhou como toureiro em sua juventude. Ele integrou o elenco de Chaves desde o primeiro programa.
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União - Florinda Meza, a Dona Floreinda, e Roberto Bolaños, o Chaves, começaram a namorar em 1978. O casamento foi no dia 19 de novembro de 2004, após mais de 25 anos de união não oficial.
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Reconhecimento - O personagem Jaiminho, carteiro vivido por ator Raúl "Chato" Padilla, ganhou uma estátua em sua homenagem na cidade de Tangamandápio, no México. Ator morreu em 3 de fevereiro de 1994, aos 75 anos.
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Pé no Brasil - Carlos Villagrán, o Quico, não tinha que usar nenhum tipo de enchimento nas bochechas, ele as enchia de ar e falava ao mesmo tempo. Fanático por futebol, deu o nome de Edson a um de seus filhos, em homenagem a Pelé
Foto: SBT/ divulgação / Estadão
Sigam-me os bons! - Antes de virar Chapolin Colorado, era para o nome dele ser Chapolin Justiceiro. O coração na roupa do herói significa que tudo deve ser feito com amor.
Foto: SBT/ divulgação / Estadão
Sucesso - Dublado em mais de 50 idiomas, Chaves foi veiculado em mais de 90 países. Na América Latina, somente Cuba deixou de exibi-lo. No Brasil,o canal SBT mostra o seriado há mais de 30 anos.
Foto: SBT/ divulgação / Estadão
Chaves, Chaves, Chaves... - Chaves (Roberto Bolaños) reuniu cerca de 80 mil pessoas em uma apresentação no estádio de futebol no Chile. Em 1983, mais de 18 mil pessoas participaram de seu show no Madison Square Garden, em Nova York. Ator morreu aos 85 anos em 28 de novembro de 2014.
Foto: SBT/ divulgação / Estadão
'Chaves' - O seriado Chaves foi exibido pela primeira vez em 20 de junho de 1971 no México, país em que foi criado. Confira a seguir que fim tiveram os artistas que interpretaram os clássicos personagens que fizeram parta da infância de diversas gerações de brasileiros, como Kiko, Chiquinha, Dona Florinda e tantos outros.
Foto: Reprodução de 'Chaves' | Twitter | Reprodução de 'Chaves' | Twitter / Estadão
Chaves (Roberto Gómez Bolaños) - O personagem que dava nome ao seriado, era interpretado por seu próprio criador, conhecido como Chespirito (algo como 'Pequeno Shakespeare'). Ao contrário do que muitos pensam, o jovem não morava num barril, mas sim na casa de número oito da vizinhança, o que explicava o nome original do programa em espanhol: 'El Chavo del Ocho' ('O Chaves do Oito', em tradução livre).
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Dona Florinda (Florinda Meza) - A personagem, que tinha o mesmo nome que a atriz, era mãe de Kiko e tinha um relacionamento com o Professor Girafales, de quem sempre recebia flores.
Foto: Reprodução de cena de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Florinda Meza - Florinda começou a se envolver com Bolaños ainda na década de 1970, apesar de terem se casado oficialmente apenas em 2004. Aos 69 anos de idade, segue em atividade no humor e mantém um canal no YouTube em que interpreta a personagem Lady Chimoltrufia.
Foto: Twitter / @FlorindaMezaCH / Estadão
Kiko (Carlos Villagrán) - Um dos personagens mais queridos do programa, era filho de Dona Florinda e sempre recorria à mãe em momentos de apuros.
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Carlos Villagrán - Vestido como o personagem, o humorista faz shows até hoje, inclusive com algumas passagens recentes pelo Brasil. Em 2017, integrou o elenco do filme brasileiro 'Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola'. Atualmente está com 74 anos de idade.
Foto: Facebook / @carlosvillagrankiko / Estadão
Chiquinha (Maria Antonieta de las Nieves) - Conhecida por seu choro bastante característico, a personagem era uma das crianças da vila, amiga de Chaves e filha de Seu Madruga.
Foto: Reprodução de cena de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Dona Neves (Maria Antonieta de las Nieves) - A atriz também vivia a avó de Seu Madruga, e bisavó de sua outra personagem, Dona Neves.
Foto: Reprodução de cena de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Maria Antonieta de las Nieves - Maria continua trabalhando como atriz e segue fazendo shows caracterizada como sua personagem pela América Latina. Ativa nas redes sociais, chamou atenção do público brasileiro ao ser chamada pela Netflix para participar de um vídeo de divulgação da série 'Stranger Things'; clique aqui para relembrar.
Foto: Twitter / @LaChilindrina / Estadão
Sr. Barriga (Édgar Vivar) - Dono dos imóveis da vila, o personagem é conhecido por sempre cobrar o aluguel constantemente atrasado em 14 meses de Seu Madruga, além de soltar o clássico bordão: "Tinha que ser o Chaves!"
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Nhonho (Édgar Vivar) - Vivar também interpretava Nhonho, o filho mimado de Sr. Barriga que frequentava as aulas com a turma (à direita na foto).
Foto: Reprodução de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Édgar Vivar - Aos 73 anos de idade, Vivar segue em atividade no mundo artístico, atuando em diversas produções. Com certa frequência, ainda visita o Brasil onde tem uma grande base de fãs e faz alguns shows de humor, além de participar de programas de entrevista.
Foto: Twitter / @varedg / Estadão
Professor Girafales (Rubén Aguirre) - Sempre com um charuto na boca ou um buquê de flores na mão, o professor, que também era conhecido pelos apelidos de 'Linguiça', se relacionava com Dona Florinda e ficou conhecido pelo bordão: "Tá, tá, tá, tá!"
Foto: Reprodução de cena de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Seu Madruga (Ramón Valdés) - Um dos personagens mais idolatrados do seriado, o pai de Chiquinha era conhecido por usar sempre a mesma roupa e se aventurar pelos mais variados empregos. Ramón continuou fazendo trabalhos na TV, além de apresentações de humor pela América Latina. Morreu no 9 de agosto de 1988, em decorrência de um câncer no estômago., aos 64 anos de idade.
Foto: Reprodução de cena de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Jaiminho (Raúl Padilla) - O ator que dava vida ao carteiro do seriado, que sempre comentava o fato de ter vindo da cidade de Tangamandapio, morreu em 3 de fevereiro de 1994, aos 75 anos de idade. Era pai do também ator Raúl 'Chóforo' Padilla, que chegou a trabalhar em algumas novelas do México, como 'Maria do Bairro', que fez sucesso no Brasil. Chóforo, porém, morreu em 2013, aos 73 anos de idade.
Foto: Reprodução de cena de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Godinez (Horacio Gómez Bolaños) - Personagem que sempre utilizava um boné com aba verde, Godinez aparecia nos episódios na escolinha, e sempre questionava: "Por que, se eu não fiz nada?". O ator, que costumava trabalhar nas produções de seu irmão mais velho, Roberto Gómez Bolaños, morreu em 21 de novembro de 1999, aos 69 anos.
Foto: Reprodução de cena de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Chaves; Por onde andam; como estão; que fim teve; nostalgia - A personagem era conhecida na vizinhança como a 'Bruxa do 71', e tentava jogar charme para cima de Seu Madruga em diversas ocasiões. Possuía uma vasta carreira em novelas no México, onde atuava desde a década de 1950. Angelines morreu em 25 de março de 1994, aos... 71 anos de idade.
Foto: Reprodução de cena de 'Chaves' (1971) / SBT / Estadão
Fernanda Lima - No início de sua carreira na TV, Fernanda Lima apresentava o 'Interligado'. O programa chegou a ir ao ar no dia de estreia da RedeTV!, 15 de novembro de 1999. O programa misturava clipes musicais, entrevistas e notícias, que eram exibidas na tela. Os espectadores participavam por meio de e-mails.
Foto: Reprodução de 'Interligado' (2000) / RedeTV! | YouTube / @DVP - De Volta Para o Passado / Estadão
Jorge Kajuru e Juca Kfouri - Os jornalistas esportivos Jorge Kajuru e Juca Kfouri apresentaram o programa 'Bola na rede' em 2002.
Foto: RedeTV! / Divulgação / Estadão
Rafinha Bastos - Rafinha Bastos apresentou o 'Saturday Night Live', programa de comédia, na RedeTV!, em 2012. Apesar do nome ("saturday" significa "sábado", em inglês), a atração era exibida aos domingos.
Foto: Reprodução de 'Saturday Night Live' (2012) / RedeTV! / Estadão
Rafinha Bastos - O 'Saturday Night Live' não foi a primeira aparição de Rafinha Bastos na RedeTV!: o humorista chegou a fazer participações no 'Superpop' durante a década de 200. Relembre outras participações 'esquecidas' de artistas 'antes da fama'.
Foto: Reprodução de 'Saturday Night Live' (2012) / RedeTV! / Estadão
Paloma Tocci - A apresentadora Paloma Tocci passou pela RedeTV! durante o início da década de 2010.
Foto: RedeTV! / Divulgação / Estadão
'Escolhinha do Professor Raimundo' - A 'Escolinha do Professor Raimundo' foi um dos trabalhos mais marcantes do humorista Chico Anysio, que interpretava o próprio Professor Raimundo desde a década de 1950, em programas de rádio, e como um quadro do programa 'Noites Cariocas', da TV Rio, a partir de 1957. Na Globo, a 'Escolinha' original foi exibida entre 1990 e 1995, e, posteriormente, entre março e dezembro de 2001. Em 2015, foi feita uma nova versão da 'Escolinha do Professor Raimundo', desta vez, com o filho de Chico, Bruno Mazzeo, como o personagem principal.
'Escolinha do Professor Raimundo' - Entre 2015 e 2019, já foram produzidas quatro temporadas da nova 'Escolinha do Professor Raimundo'. O personagem Alemar Vigário, vivido por Lúcio Mauro, ficou a cargo de seu filho, o também ator Lúcio Mauro Filho, por exemplo. Rolando Lero (Rogério Cardoso) ficou com Marcelo Adnet, Batista (Eliezer Motta) ficou com Rodrigo Santanna, Catifunda (Zilda Cardoso) ficou com Dani Calabresa), Seu Peru (Orlando Drummond) ficou com Marcos Caruso, Zé Bonitinho (Jorge Loredo) ficou com Mateus Solano e Dona Bela (Zezé Macedo) ficou com Betty Gofman. Na foto, elenco da 'Escolinha do Professor Raimundo' em gravação no ano de 2001, e, ao lado, atores da nova versão da 'Escolinha'.
'A Grande Família' - 1ª versão (1972-1975) - A versão original de 'A Grande Família' foi exibida entre 26 de outubro de 1972 e 27 de março de 1975. Os personagens eram praticamente os mesmos da versão mais recente, porém, vividos por atores diferentes: Nenê (Eloísa Mafalda), Bebel (Djenane Machado, e, a partir de 1973, Maria Cristina Nunes), Lineu (Jorge Dória), Seu Floriano (Brandão Filho), Agostinho Carrara (Paulo Araújo) e Tuco (Luiz Armando Queiroz). Havia ainda, no elenco principal, o personagem Júnior, interpretado por Osmar Prado, que foi deixado de fora na versão mais nova.
Foto: Reprodução de 'A Grande Família' (1972) / Globo / Estadão
'A Grande Família' - 2ª versão (2001-2014) - A 2ª versão de 'A Grande Família' é a mais lembrada pela maioria dos brasileiros. Lineu (Marco Nanini), Nenê (Marieta Severo), Agostinho Carrara (Pedro Cardoso), Bebel (Guta Stresser) e Tuco (Lúcio Mauro Filho) formavam a 'Grande Família' que se envolveu nas mais diversas confusões ao longo de mais de 13 anos, entre 29 de março de 2001 e 11 de setembro de 2014. Outros personagens conhecidos foram Marilda (Andréa Beltrão), Beiçola (Marcos Oliveira), Paulão (Evandro Mesquita) e Seu Floriano, avô da família, que era interpretado pelo ator Rogério Cardoso, morto em 2003.
'Carga Pesada' - 1ª versão (1979-1981) - Entre 22 de maio de 1979 e 2 de janeiro de 1981, a 1ª versão da série 'Carga Pesada' foi exibida na Globo mostrando as histórias dos amigos caminhoneiros Pedro (Antonio Fagundes) e Bino (Stênio Garcia).
Foto: Globo / Divulgação / Estadão
'Sai de Baixo' (2013) - Em 2013, a maior parte do elenco de 'Sai de Baixo', à exceção de Claudia Jimenez, Claudia Rodrigues e Tom Cavalcante, fez uma nova leva de episódios do humorístico no Teatro Procópio Ferreira, com novos textos e situações, mas nos mesmos moldes do tradicional seriado, desta vez exibidos pelo Canal Viva. Em 2019, foi lançado 'Sai de Baixo: O Filme', desta vez com Tom Cavalcante. Márcia Cabrita, que participou dos novos episódios em 2013 e da série original, morreu em 2017, antes do início das gravações do longa. Na trama, a empregada da família, Edileuza, foi vivida por Cacau Protasio. Desde 2017, a Globo também passou a reprisar alguns episódios de 'Sai de Baixo' em sua programação.
'#Provocações' (2019) - Em 2019, Marcelo Tas anunciou ter aceitado "a missão de atualizar o 'Provocações', o anti-talk-show criado pelo mestre Antônio Abujamra". Agora, o programa passa a se chamar '#Provocações', apesar de manter a essência do original, segundo garantiu Tas ao Estado. Clique aqui para ler a entrevista completa sobre o programa, que estreia nesta terça-feira, 14 de maio de 2019.
Foto: Juliana Ortega / TV Cultura / Divulgação / Estadão
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Negando comparações com Chaves
"Tinha uma coisa de não assumir que era em cima do Chaves. Óbvio que era em cima do Chaves. Os caras [pediram]: 'não fala nada, não fala do Chaves'. Mas como?", relembra Eduardo Estrela sobre coletiva feita pela Record em 4 de janeiro de 2000, quando houve o anúncio do programa.
"Lá fui eu tentar dar uma entrevista, primeira coletiva de televisão e eu tentando falar que não era o Chaves. Aí ficou muito patético quando eu falei que nunca tinha visto Chaves. Mas isso é a mais pura verdade", continua.
Na coletiva, estavam presentes além de membros do elenco, o diretor Milton Neves [não confundir com o homônimo jornalista esportivo] e o supervisor Homero Salles, que explicava que "a ideia de criar o programa surgiu em uma reunião da TV Record com a produtora".
O que mais chamou atenção foi justamente a tentativa de negar a inspiração em Chaves. "Enfrentamos o mesmo preconceito quando lançamos a Escolinha [do Barulho, 'cópia' da Escolinha do Professor Raimundo dirigida por ele]", reclamava Salles.
"As diferenças entre os programas vão ficar evidentes no ar. Nosso desafio é fazer um programa que tenha a mesma aceitação de Chaves. As comparações serão inevitáveis, mas o formato dessas atrações não é novidade", continuava.
Segundo ele, "a inspiração foi Vila Sésamo, mas basta vestir adulto com roupa de criança que já comparam com Chaves."
Neves seguia o embalo: "Chaves não foi a primeira e nem será a última atração televisiva a se passar em uma vila. O nome do personagem pode não ser muito brasileiro, mas é uma homenagem aos nossos amigos de países vizinhos."
Em 2000, Estrela dizia ter se inspirado em Oscarito e Stan Laurel para compor o personagem. Questionado sobre Chaves, respondia: "Por incrível que pareça, nunca assisti". "Não gosto desse tipo de produção, nem de programas dublados, tenho preconceito", completava.
Vinte anos depois, o ator confirma sua fala e ressalta que ainda não assistiu ao seriado mexicano: "Até hoje não tenho o 'tesão' [em assistir]. Tentei ver um episódio inteiro... Vocês vão achar estranho, mas é verdade! Acho uns puta atores, óbvio, mas não é uma coisa que me atrai."
Miguelito cancelado pela Record
Segundo a revista Veja em 26 de janeiro de 2000, "o projeto é ambicioso. Gugu e Carrero pretendem receber convidados internacionais no programa, com o intuito de exportá-lo para países da América Latina, justamente no vácuo do Chaves, que não é mais produzido". À época, a GPM produzia a Escolinha do Barulho, na Record, e o Programa Olga Bongiovanni, na Band.
Na prática, o resultado foi bem diferente. Inicialmente, o programa estava previsto para estrear em 31 de janeiro. Dias antes, o lançamento foi cancelado e repassado para o mês de março.
Na segunda quinzena do mês, porém, a atração já estava praticamente descartada pela Record, por conta dos elevados gastos.
"Após o piloto ter sido aprovado, foram gravados 22 episódios e gastamos R$ 400 mil com a produção, não dá para abaixar mais o preço. O programa só não foi ao ar na Record porque eles não quiseram pagar o valor combinado", defendia Salles.
"Quando você faz um trabalho, quer que ele vá [adiante]. Foi decepcionante quando saiu da Record, depois ficou tudo meio suspenso", comenta Estrela sobre o cancelamento.
Miguelito na RedeTV!
Com Miguelito descartado pela Record, a produção buscou outras alternativas, e acabou repassando o programa à RedeTV!, emissora recém-criada no espaço deixado pela extinta Rede Manchete.
A estreia ocorreu em 17 de julho, no lugar do Galera da TV, da ex-paquita Andrea Sorvetão, que mudou de horário, às 17h30.
O superintendente artístico e de programação da RedeTV! à época, Rogério Gallo, porém, não parecia ter muitas expectativas com Miguelito.
"Esse projeto vai ser um balão de ensaio. Vamos passar os 22 programas e ver como isso repercute. Não participamos da primeira fase do projeto e ainda não sei como será a aceitação por parte do público. Se der certo, voltará a ser produzido sob minha supervisão", explicava.
Passagem 'relâmpago' pela TV e o fim de Miguelito
Segundo o Jornal da Tarde de 30 de julho de 2000, Miguelito ficou apenas cinco dias no ar e registrou um ibope máximo de um ponto.
Em 2020, Eduardo Estrela comenta sobre a curta permanência do programa na TV: "O Gallo, diretor da RedeTV!, estava tentando defender uma emissora com uma cara mais refinada. E óbvio que o Miguelito não cabia naquilo. Foi uma disputa de poder interno. Passou uma semana e tiraram".
À época, os produtores e a RedeTV! discordavam sobre o motivo da retirada do programa da grade.
"Como a emissora não cumpriu o combinado, pedi que tirassem a atração do ar", garantia Homero Salles. Segundo ele, o contrato previa a exibição de Miguelito às 14h e às 18h, o que não foi cumprido.
"A parceria com a RedeTV! já começou errada porque a diretoria da emissora demonstrou desde o início que não confiava no produto. Assim, fica claro que não havia interesse em mantê-la no ar", reclamava.
Já a RedeTV!, por sua vez, afirmava que o contrato havia sido respeitado. O problema, na verdade, seria a baixa audiência e a má qualidade do programa.
Roberto dos Santos, assessor da RedeTV!, à época, criticava o programa: "A televisão brasileira é um veículo de comunicação tão criativo que não precisaria copiar algo dos mexicanos."
"Em vez de Miguelito, um nome espanhol, por que não Miguelzinho? Os personagens e suas características foram todos copiados do original [Chaves]", continuava, demonstrando um clima pouco amistoso do canal com a produção.
As gravações de Miguelito
As gravações ocorreram em um galpão de 300 m² na região do Cambuci, em São Paulo, com cenário criado por Marcelo Alencar e inspirado em casas dos bairros do Brás, Mooca e Bexiga. Era a chamada "Vila Generosa".
"Estamos fazendo muita leitura antes de gravar e isso é uma excelente experiência. É muito teatral e com certeza o público vai gostar", contava a atriz Ana Andreatta, que deu vida à personagem Lilica, à época.
O diretor Milton Neves contava que foram mais de seis meses na produção e houve uma "rígida" seleção de atores, com mais de 4 mil candidatos para encontrar um ator apto a viver Miguelito.
Confira abaixo a íntegra da entrevista do ator Eduardo Estrela, que interpretou o personagem Miguelito na TV, ao E+.
Como surgiu o convite para participar da série?
Faz muito tempo, é uma coisa meio confusa. Não era um convite, lembro que foi um teste. Estava no começo da carreira e você tem aqueles bancos de trabalho. Se não me engano, tinha mandado um currículo para alguma coisa que vi em algum lugar, não lembro, e esqueci. Me chamaram para esse teste e não sabia nem o que era.
Era uma sala comercial, uma coisa meio esquisita. Um prédio comercial, sala carpetada, cheia de gente. Acho que fui um dos últimos a fazer o teste. Eles não falaram o que era, me deram uma referência, eu olhei e fiz.
Mas não deram referência de Chaves, na época não falaram nada. Passou um tempo e me chamaram para fazer a série e falaram que eu seria o protagonista, que era o Miguelito.
- Você gostou do resultado do programa?
Gostei. Veja bem, era um programa que tinha muito claro os limites que tinha. Era produzido para a Record, um padrão estético, na época era o que tinha. Tendo em vista aquele padrão, sim, eu gostei.
Montaram um elenco muito bom. Para mim foi uma experiência ótima, foi quando conheci Hélio Cícero, um monstro do teatro, que vinha do CPT [Centro de Pesquisas Teatrais], trabalhar com Luiz Bacelli, com Lara Córdula, que era uma artista que eu admirava de longa data, antes de pensar em pisar no palco. Davi Taiu...
Para mim foi maravilhoso. O resultado era muito bom porque tinha gente muito boa - dentro do limite estético que nos davam. Todos nós entendemos que tinha uma pegada meio clownesca e era tudo muito desenhado. A referência, óbvio que era o Chaves.
- Se arrepende de ter feito Miguelito?
Não me arrependi de maneira alguma. Como disse, conheci gente ótima, foi uma experiência muito boa, a primeira vez que eu mergulhei em um set criando alguma coisa tanto tempo, fazendo tantos episódios, contracenando com atores que vinham de escolas diferentes, tempos diferentes, era muito legal, foi muito importante.
Aprender como são as emissoras, como é que funciona... Lamento de não ter todos os episódios da série. Adoraria, hoje, rever. Acabou que não fiquei com nada. Mas queria muito sentar e rever, ver tudo que gravei.
- Por que acha que a série durou tão pouco?
Na verdade, era um problema de disputa de poder. Primeiro na Record, depois na RedeTV!. Anunciaram na Record. Eles puxaram o tapete, tiraram de lá, e um dos caras, que eu nem lembro o nome, que tentou vender com os contatos dentro da Record, pegou e levou para a RedeTV.!
Por sua vez, o [Rogério] Gallo, diretor da RedeTV!, também não queria, tava tentando defender uma emissora com uma cara mais refinada. E óbvio que o Miguelito não cabia naquilo.
Foi uma disputa de poder interno. Passou uma semana e tiraram. Mesmo nessa semana, tive o retorno, é muito curioso, anos depois, de gente olhar e falar "pô, você fez o Miguelito!"
Ou seja, seria um programa que, se tivesse passado a temporada inteira teria dado um puta retorno. Não tenho a menor dúvida disso. Com uma semana, muita gente via e lembra disso. Teria sido um sucesso.
- Na época, você chegou a comentar que nunca tinha assistido Chaves antes de fazer o papel. Hoje, já assistiu?
Cara, isso é uma história tão louca. Eu nunca tinha feito nada em televisão. Dar uma coletiva de imprensa foi um desespero. Eu não sabia lidar com aquilo. E tinha uma coisa de não assumir que era em cima do Chaves. Óbvio que era em cima do Chaves.
Os caras [pediram]: "não fala nada, não fala do Chaves". Mas como? Bom, lá vou eu tentar dar uma entrevista, primeira coletiva de televisão, e eu tentando falar que não era o Chaves.
Aí ficou muito patético quando eu falei que nunca tinha visto Chaves. E isso é a mais pura verdade! O que aconteceu: o Chaves foi passado pelo SBT nos anos 80. Quando o SBT abriu, eu já trabalhava e estudava. Trabalhava o dia inteiro em linha de produção numa fabriqueta e estudava à noite, então eu não via televisão, até porque eu sempre gostei muito de ler, fazia outras coisas.
Esteticamente, não me chamava atenção. Óbvio que eu sabia o que era o Chaves, porque você vê uma chamada, uma coisa ou outra.
E até hoje eu odeio coisa dublada. Me incomodava muito aquilo. Esteticamente não me atraía e eu simplesmente não vi.
Depois de passar o programa, anos, anos, na época que eu trabalhava no Miguelito não tinha vontade de ver. E até hoje, não tenho o 'tesão' [em assistir]. Tentei ver um episódio inteiro. Vocês vão achar que é estranho, mas é verdade! Não me atrai. Acho uns puta atores, óbvio, mas não é uma coisa que me atrai. Eu ainda vou uma hora fazer uma força e ver esse negócio.
- O que você acha quando as pessoas dizem que o programa Miguelito era uma 'cópia' do Chaves?
Não acho nada das pessoas falando que era 'cópia do chaves', é óbvio. Tanto que depois que 'miou' isso, a própria RedeTV! fez uma outra, a Vila Maluca, que aí né, enfim...
Engraçado que na época eu estava rodando o Domésticas [filme] e o Fernando Meirelles [diretor] falou: 'pô, Eduardo, que legal que você vai fazer o Chaves aqui. Os roteiros são os originais? Porque os roteiros são ótimos!". Falei "não, imagina, é outro roteiro". Seria muito legal se os caras conseguissem negociar os roteiros e fazer os roteiros originais. Teria sido muito bacana. Mas enfim, era fruto de uma mentalidade de produção que é isso...
- Você e o elenco ficavam aflitos por conta da indefinição sobre a estreia do programa à época? A produção pagou o valor prometido aos atores, ou houve algum tipo de atraso?
Quando você faz um trabalho, você quer que ele vá [pra frente]. Foi decepcionante quando saiu da Record, depois ficou tudo meio suspenso. Quanto à Câmera 5, produtora, eu não posso reclamar. Acho que foram extremamente corretos, claros.
Teve uma atriz que entrou com processo. O elenco inteiro não entrou. Nós discordamos, entendemos que era um direito que ela achava que tinha.
A Câmera 5, como produtora, o que ela se comprometeu, ela pagou. A atriz entrou com o processo pois achava que teria os direitos quando veicula, coisas diferentes.
Meu contrato era com a Câmera 5. Se fosse entrar na Record, teríamos um segundo contrato. O Contrato de produção foi cumprido. Insisto, nenhum dos atores entrou, à exceção de uma atriz. E ela achou que tinha [razão], está tudo certo. Não acho que ela seja má por isso. Ela entendeu que era e o fato é que ganhou. É uma pessoa querida, gosto dela, a gente se encontra. Eu falei "não vou, não concordo com isso."
A Câmera 5, dentro do limite deles, foram muito legais. Não tenho nada a reclamar, zero. Se eu disser qualquer coisa, seria desonesto.
- Você chegou a fazer outros trabalhos na TV? Segue trabalhando como ator atualmente? Algum projeto recente?
Fiz muita coisa. Um porteiro em Mulheres Apaixonadas, um monte de série, Desprogramados, um monte de participação pequena.
Mais recentemente um papel bacana em Chapa Quente, parceiro do Lúcio Mauro Filho, o Noronha.
Durante toda minha carreira, pouquíssimos anos eu não estive em cena, no palco. A pandemia travou um projeto lindo, que vai estrear ano que vem, Três Irmãs, do Tchékhov e A Semente da Romã.
São dois espetáculos que acontecem simultaneamente no Sesc Pompeia. De um lado, a plateia vai ver Três Irmãs, e do outro lado, a plateia, com fone de ouvido, vai ver outra história, que acontece na coxia das três irmãs.
A história A semente da romã é a última apresentação da temporada de Três Irmãs. É um projeto lindo. Direção do Ruy Cortez e da Marina Tenório. Dois 'puta' diretores, pessoas queridíssimas, e um elencaço. Estava muito feliz. A pandemia interrompeu isso, era para ter estreado agora em abril.
Esse ano completo 25 anos de carreira e sempre foi misturado com tudo, teatro, cinema, televisão e assim vai.