“Não, Datena! Não, não!”: Leão Serva teve sangue-frio na agressão contra Marçal
Jornalista mediou com equilíbrio o debate na Cultura e presidente da Fundação Padre Anchieta sugere novo esquema de segurança na TV
Ao ver José Luiz Datena (PSDB) pegar a cadeira de Maria Helena (Novo) e ir em direção a Pablo Marçal (PRTB), o mediador do debate da TV Cultura, Leão Serva, tentou dissuadi-lo do ataque.
“Não, Datena! Não, não”, disse o jornalista. A agressão física acabou consumada e fez o encontro entre candidatos à prefeitura da capital paulista se tornar um lamentável episódio da história dos debates eleitorais.
Leão Serva ainda teve o impulso de se aproximar de Datena e Marçal para separá-los, mas voltou ao microfone de seu púlpito e pediu o intervalo comercial. Agiu com autocontrole em momento de extrema tensão.
Após os longos comerciais, o mediador pediu desculpas "em nome da TV Cultura e do mundo da televisão". Mesmo com o esquema de perguntas e respostas prejudicado pela ausência de dois candidatos (Datena expulso, Marçal levado de ambulância a um hospital), ele conduziu com firmeza o restante do debate.
Diretor Internacional de jornalismo do canal e atual correspondente em Londres, Leão Serva é também professor de Ética Jornalística, autor de livros sobre comunicação, além de Mestre e Doutor em Semiótica pela PUC-SP. Trabalhou na ‘Folha de S. Paulo’, no ‘Diário de S. Paulo’, IG e revista ‘Placar’.
“Não imaginávamos que com todas as regras isso pudesse acontecer”, disse no programa ‘De Olho no Voto’, exibido após o debate. “Muito lamentável. Uma das cenas mais desagradáveis da história da TV brasileira.”
O presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, José Roberto Maluf, opinou sobre a confusão diante das câmeras. “A organização estava perfeita, elogiada pelas assessorias dos seis candidatos presentes”, afirmou. “Nós tínhamos aqui 30 seguranças para evitar qualquer problema. Talvez tenha que colocar segurança no palco, atrás de cada candidato.”