Nem prisão de Lula faz Bonner cancelar sua folga do ‘JN’
Âncora ficou fora da cobertura de momento histórico para o telejornalismo brasileiro
Cadê você, William Bonner?
O apresentador e editor-chefe do ‘Jornal Nacional’ manteve a escala de rodízio de fim de semana e não comandou o telejornal no sábado. Apresentadora e editora-executiva, Renata Vasconcellos também folgou.
A edição do ‘JN’ dominada pela notícia da prisão do ex-presidente Lula foi comandada por Chico Pinheiro, do ‘Bom Dia Brasil’, e Giuliana Morrone, da Globo Brasília.
É irônico que Bonner, visto como grande vilão da imprensa por petistas, lulistas e esquerdistas em geral não tenha participado da cobertura do tão aguardado e midiático encarceramento de Lula.
Provavelmente orientou sua equipe e tomou decisões, mas preferiu não ocupar a bancada – e manteve-se distante das redes sociais.
Demonizada pelos defensores do ex-presidente, a Globo não deu à prisão o destaque que se esperava.
Fez alguns ‘plantões’ ao longo da tarde e início da noite, mas não produziu uma transmissão prolongada como a que se viu durante todo o sábado na GloboNews.
A cobertura fraccionada do principal canal da família Marinho foi desproporcional ao amplo espaço dado em seus telejornais ao julgamento de Lula nos últimos meses.
Esperava-se maior mobilização do jornalismo da principal emissora de TV do País. Quem xinga a Globo de “golpista” certamente se decepcionou com uma abordagem contida da prisão do ex-presidente petista.
Obviamente não seria ético produzir a espetacularização do fato. Mas a Globo poderia ter investido numa cobertura minuciosa, como o acontecimento histórico merecia.