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Novela tem o mérito de tocar em temas evitados por todos nós

‘O Outro Lado do Paraíso’ faz o telespectador enfrentar preconceitos e omissões

24 fev 2018 - 17h23
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As conversas em família na hora do jantar são cada vez mais raras nos lares brasileiros. Tornou-se corriqueiro cada um fazer suas refeições em horário diferente dos demais. É comum ter à mesa somente a companhia da TV e do celular. A falta do contato olho no olho reduz as oportunidades de diálogo. Muitos pais e filhos ‘conversam’ mais pelo WhatsApp do que presencialmente.

E assim temas relevantes, que deveriam gerar diálogos esclarecedores, passam batidos na era da minguada comunicação intrafamiliar. A novela, sempre tão criticada e desprezada, assume um papel valioso ao sugerir aos telespectadores a abordagem de assuntos desagradáveis, porém necessários.

Elizabeth (Gloria Pires) e Clara (Bianca Bin): personagens marcadas por discriminações e violências
Elizabeth (Gloria Pires) e Clara (Bianca Bin): personagens marcadas por discriminações e violências
Foto: TV Globo / Divulgação

‘O Outro Lado do Paraíso’ já lançou debate sobre violência doméstica, racismo, homofobia, maus tratos e exploração financeira de idosos, preconceito de classe, discriminação contra portadores de nanismo e profissionais do sexo, transtornos mentais e, mais recentemente, pedofilia e abuso sexual.

Uma overdose de desgraças que fazem parte da sociedade brasileira e afligem milhões de pessoas.

São questões importantes geralmente negligenciadas. Quase não se fala a respeito disso na escola, no ambiente de trabalho tampouco em casa.

Dona de imensurável poder de influência, presente em 98% das residências do País, a televisão exibe cada vez mais realidades execráveis que provocam dor física e emocional.

Mesmo desempenhando papel instrutivo, as novelas são atacadas por quem acha que deveriam apresentar somente histórias romanceadas e escapistas (politicamente corretas e moralmente arcaicas), sem abordar tabus, mazelas sociais e diversidade de pensamento e comportamento.

É preciso compreender e aceitar: faz tempo que a teledramaturgia deixou de ser mero entretenimento. O gênero se tornou um espelho da vida real e uma ferramenta de mobilização.

O marketing social promovido pelas tramas ajuda a denunciar e combater violências e preconceitos.

A audiência expressiva de ‘O Outro Lado do Paraíso’ – recorde de 46 pontos no Ibope, 10 milhões de pessoas apenas na Grande São Paulo – prova que, entre erros e acertos, as novelas brasileiras estão no caminho certo.

Precisamos sair da alienação confortável e encarar o pior do que somos e praticamos. Eis uma lição bem ensinada pela ficção promovida na TV.

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