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Novela 'Vai na Fé', de Rosane Svartman, coloca em foco temas essenciais

Novo folhetim das 7, da Globo, tem elenco jovem e multirracial para viver história atual que quer passar sentimento de esperança em dias melhores

16 jan 2023 - 05h13
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Uma novela que chega com o objetivo de colocar foco em questões atuais e sensíveis, que mexem com a sociedade, como racismo, cotas, etarismo e a força feminina. Vai na Fé estreia nesta segunda-feira, 16, no horário das 7 na Globo, com elenco multirracial e mulheres sobressaindo em personagens centrais. Rosane Svartman é a autora da trama e em conversa com o Estadão revela o que vai além do lado observador na hora de criar seus personagens. "O autor de novela observa o que está acontecendo no mundo a sua volta e com sensibilidade procura entender quais são os temas latentes na sociedade, o que ela quer discutir", analisa a dramaturga.

Entre os vários núcleos criados na trama, terá a batalhadora Sol (Sharon Menezzes), uma mulher negra, batalhadora que levanta cedo e vai à luta vender quentinhas para se manter e a sua família. Ela é a mãe de família como muitas o são no Brasil real, tem força suficiente para encarar os desafios diários. Sob o mesmo está sua mãe, Marlene (Elisa Lucinda), o marido, Carlão (Che Moais), e as filhas Duda (Manu Estevão) e Jenifer (Bella Campos). Essa última, inclusive, dá um passo além na história familiar ao ser a primeira universitária da família.

Nesse núcleo dos estudantes, onde a cenografia montou uma verdadeira universidade, os jovens estarão no centro de debates sociais. Rosane afirma ter um olhar especial para esse público jovem, que se sentirá conectado com esses personagens que estudam nessa instituição de excelência. "Vamos poder tratar de vários temas da juventude, alguns, claro, naturais dessa faixa etária, mas também falar de questões como justiça, meritocracia, privilégio, bolsas de estudo, como personagens de origens distintas se encontram e convivem", explica a autora. Segundo ela revela, para compor esse segmento, foi a campo, conversou com universitários e contou com a ajuda de Pedro Alvarenga, "que foi aluno de cota no ensino superior para trazer a própria experiência e agregar à nossa pesquisa".

REALIDADE

Bella Campos interpreta a sonhadora Jenifer, uma garota cheia de convicções e ideais. "Ela acredita nos estudos, no poder da justiça e dedica seu tempo para ser uma ferramenta de mudanças não apenas no mundo, mas em sua família também", conta a atriz. Para ela, será "uma grande oportunidade para mostrar que a meritocracia é uma ilusão, as coisas não são fáceis para todo mundo. A Jenifer dentro da universidade, contrastando com os colegas, mostra muito essa diferença de oportunidade que se dá para pessoas de pele clara, de pele escura, classes sociais diferentes, principalmente. É uma oportunidade de colocar as cartas na mesa e ajudar a sociedade a refletir sobre isso."

Outro personagem universitário será Yuri, que é interpretado por Jean Paulo Campos. Ator estreia na Globo após marcar toda uma geração vivendo o Cirilo, da novela infantil Carrossel, no SBT. "O Yuri é um jovem de muita força e com certeza a chama da justiça é muito presente nele", conta Jean Paulo. No cotidiano universitário, a vida de Yuri não será muito fácil e terá de lidar com conflitos "com relação a etnia e condição financeira", diz. Jean Paulo conta ainda que será também um núcleo que misturará drama e humor. "Essa é uma das coisas que mais me encantam na novela, a abordagem de temas importantíssimos mas alternando com momentos de leveza, pois acredito que a própria vida é assim."

Clara Serrão será mais uma universitária, a Bela. Para a atriz, viver essa personagem que tem ligação direta com a realidade é "interessante justamente por ser tão real". "Eu sinto isso na pele, por ser uma jovem negra que já viveu no ambiente universitário", diz. "Entendo bem alguns sentimentos vividos pela personagem, além das questões de autoestima que vão ser abordadas e que também me atravessam, é muito importante contar essa história porque certamente assim como eu muitas meninas vão se identificar.

Estadão
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