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Novelas da Globo cometem o mesmo erro: redução do romantismo

4 nov 2016 - 10h29
(atualizado às 11h36)
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Helô e Pedro: casal carismático merece mais espaço em A Lei do Amor
Helô e Pedro: casal carismático merece mais espaço em A Lei do Amor
Foto: Renato Rocha Miranda / Globo

Novela sempre foi sinônimo de história de amor. Não é mais. Nos últimos anos, a maioria dos autores, principalmente os da Globo, passou a priorizar outras temáticas, como a política, o crime, a disputa por dinheiro. E o romantismo perdeu espaço.

Os folhetins recentes que falharam na meta de audiência tinham escassez de tramas românticas ou casais principais que não convenceram ou empolgaram o telespectador.

Foi assim em Velho Chico (Tereza e Santo demoraram a envolver o público), Babilônia (Regina e Vinícius apresentaram pouca química), Em Família (Luiza e Laerte tinham zero carisma) e outras produções.

A atual novela das 21h, A Lei do Amor, tem um ótimo casal protagonista, Helô (Claudia Abreu) e Pedro (Reynaldo Gianecchini). Há substância no sentimento dos personagens e ótimo entrosamento entre os atores.

Mas estão cercados por tantas tramas paralelas - policiais e políticas, principalmente - que o romance acaba ofuscado. A dose de romantismo nos primeiros capítulos foi bastante reduzida na fase atual.

Após a avalanche de notícias pesadas do Jornal Nacional (violência, corrupção, crise econômica etc.), o noveleiro quer se distrair, rir, se emocionar, ser envolvido - não parece tão interessado em conchavos eleitoreiros e manobras empresariais.

Nada melhor do que um enredo de paixão, ainda que fictício, para anestesiar as agruras enfrentadas pelo telespectador ao longo do dia. Para milhões de brasileiros, a TV é, na medida do possível, uma terapia desestressante.

Prova incontestável de que o romantismo ainda funciona é o sucesso do casal #Shirlipe de Haja Coração. Shirlei (Sabrina Petraglia), a feirante com deficiência física (ela manca), e Felipe (Marcos Pitombo), o publicitário galã, se tornaram os personagens mais populares e queridos da trama das 19h.

O amor açucarado dos dois enfrenta todo tipo de adversidade sem perder a aura de conto de fadas. Clichezão bem-feito que cumpre a função no roteiro e seduz o público. Novela é só pra isso: entreter.

Se A Lei do Amor der mais espaço ao convincente amor de Helô e Pedro talvez consiga melhorar o desempenho no Ibope. Há um mês no ar, a novela tem média de 26 pontos, abaixo do resultado no mesmo período da antecessora Velho Chico (29 pontos).

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