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'Balacobaco' acerta no humor, mas erra nas relações amorosas

11 jan 2013 - 15h41
(atualizado às 15h41)
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O humor ainda é o principal gênero explorado por Balacobaco, exibida pela TV Record. Mas, ao contrário dos primeiros meses de exibição, o folhetim – que antes parecia feito para o horário das 19h – tem dosado na quantidade de situações bizarras. A menor intensidade cômica, no entanto, só é perceptível para quem acompanha a história de Gisele Joras desde o início, já que alguns personagens ainda soam espalhafatosos e caricatos. Caso da atrapalhada e sem caráter Diva, interpretada por Bárbara Borges. A suburbana frisa cada erro de português seu, o que deixa suas falas com um tom forçado. Apesar disso, a química dela com o vilão Norberto, encarnado por Bruno Ferrari, é um dos pontos altos da trama.    

Victor Pecoraro e Juliana Silveira em cena da novela da TV Record
Victor Pecoraro e Juliana Silveira em cena da novela da TV Record
Foto: TV Record / Divulgação

O fim da overdose de cenas engraçadas veio acompanhado de uma aposta em temas mais sérios, como a acusação de pedofilia do mocinho Eduardo, vivido por Victor Pecoraro. Até os cenários ganharam um ar de sobriedade depois que as sequências se concentraram em ambientes menos popularescos, como escritórios e residências de alto padrão. A novela, no entanto, não vem aproveitando a oportunidade que a abordagem menos "oba oba" tem dado. Depois da densa e impopular Máscaras, a Record parece ter ficado com medo de investir em cenas dramáticas.

As poucas situações da atual produção que abrem brechas para sequências mais profundas e emocionantes não encontram espaço para se desenvolver. Os motivos para isso vão desde atuações exageradas até a trilha sonora de suspense, que mais parece feita para uma novela mexicana. Outro fator é a edição rápida, que corta alguns bons diálogos e não deixa a tensão e a expectativa do momento serem absorvidos pelo público. Com isso, fica difícil se envolver com os conflitos e problemas dos personagens.

O folhetim, que tem marcado média de 6 pontos de audiência, também não possui um casal central forte pelo qual o telespectador possa torcer e vibrar. Eduardo e Isabel, vivida por Juliana Silveira, estão longe de se relacionar, mesmo sendo o par principal da história. A mocinha ainda é casada com o inescrupuloso Norberto e odeia o seu futuro par. E a falta de tramas amorosas cativantes ainda afeta outros núcleos. O que se vê são casais em crise ou sem apelo e o romance só aparece quando usado a favor do humor, como no caso da paixão da vigarista Cremilda pelo farsante Deodoro, interpretados por Solange Couto e André Mattos.

A carência por casais românticos "água com açúcar" é um fator de dificuldade na hora de prender a atenção do público feminino, que ainda é o principal alvo das novelas. Uma luz no fim do túnel é a aproximação entre Eduardo e Isabel, que começou a ocorrer a passos lentos na última semana, quando o empresário descobriu que é pai da sobrinha da arquiteta, Taís (Letícia Medina). Com essa pequena mudança de rumo e outros ajustes, a novela pode ter a chance de provar que consegue ser, realmente, "do balacobaco".  

Fonte: TV Press
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