"Todo ator precisa de desafios", diz Thais Pacholek, de 'Balacobaco'
Com jeito doce e fala pausada, pode parecer inusitado Thais Pacholek se interessar mais pelos papéis de vilã. Mas a intérprete da serena Mirela de Balacobaco se sente atraída pelas malvadas justamente por contrastar com sua maneira de ser. "Todo ator precisa de desafios e, quanto mais diferente a personagem é de mim, mais interessante se torna", explica ela, que considera Beatriz, de Revelação, novela exibida em 2008 pelo SBT, como a personagem mais marcante de sua carreira. "Ela foi sensacional", avalia.
Apesar disso, a atriz ressalta sua satisfação com o papel que interpreta na novela de Gisele Joras. "A equipe de Balacobaco é muito boa, adoro trabalhar com o Edson Spinello", afirma, referindo-se ao diretor da novela. Na trama, Mirela é amiga de infância de Isabel, interpretada por Juliana Silveira, e faz de tudo para ajudá-la a superar seus problemas. A jovem arquiteta também vive uma paixão com Vicente, papel de Rafael Calomeni. "O casal deu certo. Acredito que a autora não vai desfazê-lo, até porque já estamos próximos do final da novela", opina. Balacobaco sai do ar na segunda metade de maio.
A atriz, que começou a fazer teatro aos 9 anos, se mostra um pouco insegura quanto à estabilidade de sua carreira. Ela confessa ficar apreensiva quando se aproxima o período de término de contrato. Depois de estrear na TV em uma participação na novela Cobras & Lagartos, exibida em 2006 pela Globo, Thais assumiu apenas papéis de destaque como protagonista e antagonista no SBT. E, mesmo assim, é taxativa ao dizer que teme as oscilações da profissão. "Nunca nos sentimos seguros. Não posso pensar, 'ah, agora estou aqui e estou estabilizada'. Não! O coração está sempre disparado."
Para amenizar a angústia desses momentos, Thais, sempre apegada aos parentes próximos, diz contar com o apoio da família para recarregar as baterias e conseguir ficar firme emocionalmente. "Escolhi essa profissão e tenho de estar preparada. Nessas horas, a base familiar é o que me segura", diz. Atualmente morando sozinha no Rio de Janeiro devido às gravações da novela, a curitibana de 29 anos sente muito a distância dos pais. "É complicado chegar em casa no domingo e perceber que estou só. Abrir mão do convívio diário com meus pais pela minha carreira é o mais difícil."
Graduada em Artes Cênicas e em Jornalismo, a atriz está escalada para viver a personagem-título do longa Dona Beja, de Lucia Abreu. Segundo ela, tramas nesse estilo a instigam por ter grande admiração e desejo de dar vida a "mulheres à moda antiga". "Quero fazer uma novela em que eu precise usar vestidões e falar o idioma corretamente", ressalta.
Justamente por isso, a atriz vê na obra uma possibilidade de interpretar a mulher de época que tanto tem vontade, já que o filme é ambientado no Século XIX.
Ela, que tem contrato com a Record apenas para Balacobaco, ainda não recebeu nenhuma proposta de novos trabalhos na emissora. Mas afirma que sairá do canal com a certeza de que fez o seu melhor. "Saio com um acréscimo profissional. Aprendi muito aqui. Tenho a sensação de dever cumprido", finaliza.