Vilão de 'Balocobaco' diz que se inspira em Zeca Diabo
Saber interpretar bem um vilão não é das tarefas mais fáceis. Com o objetivo de encontrar o equilíbrio exato para seu personagem, o assassino Arnaud de Balacobaco, André Di Mauro recorre a trabalhos que aprecia. Como o matador Zeca Diabo, papel consagrado por Lima Duarte em O Bem-Amado, novela de Dias Gomes, exibida em 1973. "Me inspiro muito nele para compor meu personagem atual. Zeca Diabo foi um sucesso", afirma.
Na trama, Arnaud usa sua eficiência como atirador de elite para ser o homem de confiança de Norberto, de Bruno Ferrari. Apesar das recorrentes maldades que o personagem comete, para o ator, o capanga é um tanto quanto "humanizado". "O fato de Arnaud sempre pedir perdão à mãe antes de matar e o medo absurdo que tem de baratas o aproximaram do público", explica, ao falar da boa repercussão que encontra nas ruas.
Já acostumado com cenas de ação – o ator encarnou o vilão Lipe em Chamas da Vida e o ex-policial Carlos em Vidas em Jogo, entre outros –, André não costuma encontrar grandes dificuldades na hora de atuar. "Já estou calejado. Quando não estou correndo atrás das pessoas, elas estão correndo atrás de mim", diverte-se, ao falar dos personagens que têm no currículo. Experiência essa que também adquiriu no filme Tropa de Elite, que lotou as salas de cinema brasileiras em 2007.
No longa, ele deu vida a Rodrigues, o administrador da ONG do Morro dos Prazeres, no Rio de Janeiro, que foi queimado vivo por bandidos dentro de pneus. A esse trabalho, André credita um momento crucial de sua carreira. "Foi um divisor de águas na minha vida profissional. Subi alguns degraus não só em minha carreira como em minha forma de atuar", pontua, com satisfação.
Nome: André Di Mauro.
O primeiro trabalho na TV: Luis Filipe, do seriado Malu Mulher, exibido pela Globo em 1979.
Atuação inesquecível: Lipe, de Chamas da Vida, da Record, de 2008.
Um momento marcante na carreira: "quando interpretei o Rodrigues, no filme Tropa de Elite".
A que gosta de assistir: "às novelas da Record e filmes em geral".
A que nunca assistiria: "Shoptime e horário político obrigatório".
O que falta na televisão: "que divulguem as atitudes positivas do ser humano. Faltam notícias boas".
O que sobra na televisão: "notícias que ressaltam o lado ruim das pessoas".
Ator favorito: Edward Norton.
Atriz predileta: Cláudia Mauro.
Com quem gostaria de contracenar: Marília Pêra.
Se não fosse ator, o que seria: cientista.
Humorista: Agildo Ribeiro.
Novela preferida: Vidas em Jogo, exibida pela Record em 2011.
Cena inesquecível na TV: em Irmãos Coragem, quando João Coragem, de Tarcísio Meira, quebra o diamante.
Melhor abertura de novela: Selva de Pedra, de 1972, da Globo.
Vilão marcante: Zeca Diabo, interpretado por Lima Duarte em O Bem-Amado.
Personagem mais difícil de compor: Carlos, de Vidas em Jogo, da Record.
Papel que mais teve retorno do público: Lipe, de Chamas da Vida, da Record.
Melhor bordão da TV: "Dia lindo", do personagem de André Mattos em Prova de Amor.
Melhor programa de humor: Planeta dos Homens, com Jô Soares.
Que papel gostaria de representar: Hamlet ou um personagem de ficção científica.
Par romântico inesquecível: Francisco Cuoco e Regina Duarte, em Selva de Pedra, da Globo.
Com quem gostaria de fazer par romântico: "com a minha esposa. A atriz Liége Müller".
Filme: Europa, do diretor Lars Von Trier.
Autor predileto: Cristianne Fridman.
Diretor favorito: "são muitos. Não consigo pontuar um".
Uma mania: "andar na praia".
Projeto: "realizar o filme baseado no livro Humberto Mauro – O Pai do Cinema Brasileiro, que é um projeto meu".
