Dira Paes diz que mergulhou no universo da polícia para Rebu
Mulheres fortes são uma constante no currículo de Dira Paes. E muito disso vem de sua própria postura altiva e de quem sabe realmente o que quer. Em pouco mais de 20 anos de carreira na TV, a atriz se aventurou pela comédia, mas se encontrou mesmo em tipos pautados pela sensualidade. Como, recentemente, na série Amores Roubados e outros perfis que abusavam de um caráter dominador, como a fogosa Norminha, de Caminho das Índias. No entanto, para a atriz, nenhum papel que interpretou na tevê se compara com o poder de Rosa, a policial investigativa que representa em O Rebu. "Ela é vestida dos pés à cabeça e tem até uma secura como traço marcante de sua personalidade, mas usar um distintivo e uma arma causa um furor. A sensualidade vem muito com o poder", opina.
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Na adaptação de George Moura e Sergio Goldenberg para a trama de Bráulio Pedroso, exibida em 1978, Dira mergulhou fundo na preparação para viver a decidida Rosa. Cerca de dois meses antes do início das gravações, em abril, a atriz se inseriu na vida de policiais civis. Segundo ela, para o diretor da novela das 23 horas, José Luiz Villamarim, é importante que os personagens sejam pessoas de verdade. "Rosa representa tudo o que a gente gostaria que um policial fosse", garante. Para pegar características e trejeitos de uma mulher com a vocação para a carreira investigativa, Dira acompanhou a busca por um suspeito na Ilha de Guaratiba, no Rio de Janeiro. "Além de todos os exercícios físicos que fiz, treinei invasão de domicílio e participei de uma deflagração. Precisava saber a emoção e como agir em uma cena de assassinato", defende.
A calma e a postura de Dira para viver momentos tão densos na composição da personagem refletem diretamente em O Rebu. Para investigar o assassinato de Bruno, interpretado por Daniel de Oliveira, Rosa é o braço direito do delegado Pedroso, de Marcos Palmeira. "Eles têm uma relação de parceria tão forte que ultrapassa o trabalho", define a atriz, exaltando a importância de representar um tipo desses. "As mulheres estão em ambientes que, até pouco tempo atrás, eram dominados pelos homens. E a presença dela na série também reforça essa transformação", pontua.
Repetir um encontro de sucesso com os autores Sérgio Goldeberg e George Moura e com o diretor Villamarim, com quem já tinha esbarrado na sensual Amores Roubados foi primordial para Dira embarcar na festa de Ângela Mahler, de Patrícia Pillar. "É muito honroso estar ao lado dessa equipe de novo. Desta vez, aumentamos a família e o resultado ficou surpreendente", valoriza. Tamanha é sua empolgação no trabalho que ela conta que espera com ansiedade a chegada dos capítulos da reta final de O Rebu, que termina nesta sexta-feira (12). "A sensação é que você está lendo um livro e não quer esperar para ler a próxima página", compara. Sem saber o desfecho da trama, a atriz direciona suas suspeitas para a anfitriã Ângela. "Mas pode ser só por causa do triângulo amoroso que se formou ali entre as nossas personagens e a do Marcos Palmeira", diz, aos risos.
Natural de Abaetetuba, no interior do Pará, e criada em Belém, Dira Paes vem de uma família de sete irmãos. A vida humilde não a impediu de correr atrás de seu sonho de atuar. Formada em Filosofia e Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, a UniRio, ela estreou na TV em Araponga, novela exibida em 1990. Com 45 anos, ela garante não ter lembranças da primeira versão de O Rebu, exibida em 1978. "Provavelmente, no horário da novela, estava brincando na rua e pegando fruta no pé", lembra-se, com humildade e saudosismo.