Em Família: por que alguns personagens devem ficar sozinhos?
Em quase todas as novelas, um dos protagonistas é disputadíssimo por dois outros personagens. Logo pipocam por toda a imprensa algumas enquetes para saber com quem o pobre fulano em questão deve ficar. No folhetim Em Família, porém, acontece algo diferente.
A trama de Manoel Carlos é chata, não engatou e nem conquistou o público. Há uma alta repercussão (negativa) nas redes sociais. Os telespectadores não torcem pelo "final feliz", nem pelo "final triste". As pessoas só tem torcido, na verdade, para que o lenga-lenga de Luiza, Laerte e Helena finalmente acabe e liberte as almas dos viciados em qualquer tipo de novela.
Assim, o Terra resolveu listar os motivos pelos quais alguns dos personagens mais chatos de todos os tempos devem acabar sozinhos:
Helena (Lilian Lemmertz) - Ela é a Helena de Manoel Carlos. Isso já diz tudo. Nem que a gente quisesse haveria uma salvação para ela. Sua sina é ser chata e sem sal. Julia Lemmertz até se esforçou para dar um ar um pouco mais ousado para a protagonista. Mas não tem jeito, ela segue irritante. Nem Virgílio merece isso. Melhor que ela passe seus dias sozinha, para não correr o risco de colocar no mundo mais uma Luiza, que é um combo de tudo de mais chato que Helena e seu marido possuem dentro de si.
Laerte (Gabriel Braga Nunes) - Bom, o motivo principal para Laerte ficar sozinho é o fato dele ser completamente doente. Seu ciúme é sem limites. O flautista é capaz de matar todos os personagens da trama, se necessário. Já tratou mal praticamente todos do elenco da novela. Tem ataques de raiva. Não tem amigos. Alguém assim, problemático neste nível, precisa de terapia e não de um novo romance.
Luiza (Bruna Marquezine) - Chutou André (Bruno Gissoni) para ficar com o ex da mãe. Até aí já era muita falta de caráter, mas ela não para por aí e vai casar - ou acha que vai - com o homem que tentou matar seu pai. Nada é mais forte que isso. Para completar, sabendo de todo o trauma que envolveu o dia do casamento da mãe, a jovem não desiste da ideia de entrar na igreja com o vestido de noiva da mãe. Como não pode usar o original, ela dá mais um show de burrice e resolve fazer uma cópia. Realmente, Luizinha, deu tudo certo. Agora, o Laerte não vai pirar quando ver a cópia da ex-noiva vestindo uma cópia do traje do dia mais feliz da sua vida: aquele em que foi preso. Arrasou na escolha! Melhor que fique sozinha.
Virgílio (Humberto Martins) - Virgílio até podia ficar com a Ana (Claudia Mauro), mas é muita tristeza fazer alguém de segunda opção. Ninguém merece estar com um cara que vive em uma pasmaceira daquelas. Vírgilio já era bobo quando novo. Cresceu, não aprendeu nada e continunou sendo capacho de Leninha. Não adianta querer cantar de galo no final da trama. Simplesmente não convence.
Vanessa (Maria Eduarda Carvalho) - Aceita que é mais fácil, Van. A assistente perdeu as migalhas que recebia de Marina (Tainá Müller), que finalmente engatou o romance, com beijo e tudo mais com Clara (Giovanna Antonelli). Passou a novela inteira reclamando. Só Marina dizia que ela era legal, mas nenhum telespectador conseguia ver esse lado da ruiva. Até Manoel Carlos deve ter ficado constrangido com isso, porque Clara fez um discurso sobre essa incoerência. É chata, ninguém anda torcendo pra que ela tenha seu "felizes para sempre".
Juliana (Vanessa Gerbelli) - Maluca. Supostamente matou Gorete para ficar com a filha dela. Enxotou o ex-marido para fora de casa. Roubava crianças em parquinhos por aí. Casou com o ex da mulher que teria matado. Engravidou. Sabe, é melhor que ela seja mãe e apenas isso.
As exceções
Como quase tudo na vida, esta lista também tem exceções. Dois personagens da trama de Manoel Carlos conseguiram ganhar, se não a novela, pelo menos a simpatia dos telespectadores. Um é representante dos tipos bonzinhos, que arrancam suspiros da mulherada que vive procurando o príncipe encantado em cada esquina. Enquanto isso, a outra é tida como a "vilã" de Em Família - uma grande mentira, já que é ela quem movimenta um pouco a novela.
Cadu (Reynaldo Gianecchini) só começou a se dar bem na trama agora, no final dela. Antes disso, foi apresentado ao público como um "zé-ninguém", que não trabalhava e vivia às custas da família da mulher, Clara (Giovanna Antonelli). Sem muita explicação, o "vagabundo" que não queria nada sério com a vida começou a perseguir seus sonhos, tomou jeito e conseguiu abrir um bistrô, que virou sucesso absoluto de público em dois meses.
Porém, nada pode ser tão bom em um folhetim. Logo descobriu que estava com uma doença no coração. Operou, ficou meses em recuperação e perdeu a tão amada mulher para Marina (Tainá Müller). Enfim, Cadu merece ficar com alguém, mesmo que as opções sejam as fracas e nada carismáticas Silvia (Bianca Rinaldi) e Verônica (Helena Ranaldi). O mais provável é que ele opte pela pianista, já que a médica é par romântico certo do bêbado Felipe (Thiago Mendonça).
Já Shirley (Viviane Pasmanter) é um furacão. Gosta de sexo, ama intensamente e não se importa nem um pouco em ser amante, se isso lhe deixar mais perto da pessoa amada. Um pouco doentio? Talvez. Shirley é uma das poucas personagens que sorri e arranca sorrisos na trama de Manoel Carlos. Quase todo mundo se diverte com a vilã destratando Rafaela (Aline Fanju), tirando de seu caminho as milhares de mulheres que querem levar o irresistível Laerte para cama ou as festas épicas que ela adora dar.
A gente até sabe que ela é obcecada demais pelo flautista e jamais vai ficar com uma outra pessoa (talvez para dar um segundo golpe do baú e apenas nessa situação). A verdade é que Shirley merece alguém para chamar de seu - talvez não em uma relação convencional - porque é, de longe, a melhor, e talvez a única, boa personagem desta novela.