Em 'Flor do Caribe', Henri Castelli se diz satisfeito com o resultado da novela
Henri Castelli não precisa de muitas palavras para descrever o que o personagem Cassiano, de Flor do Caribe, significa para sua carreira. O brilho no olhar do ator já diz tudo. Com um ar de satisfação de quem acredita que superou as próprias expectativas, ele ressalta a trama de Walther Negrão como o ponto alto de sua trajetória na televisão. Em parte, por se sentir mais maduro em relação a sua atuação, mas também pelo próprio folhetim. E não poderia ser diferente. Já que em sua reta final – seu último capítulo irá ao ar na sexta-feira (13) –, a novela praiana elevou os índices de audiência do horário das 18h com uma média de 25 pontos. "Quando aceitei o convite, minha intuição me dizia que essa novela seria um sucesso. Hoje, percebo que Flor do Caribe me mostrou a verdadeira alma da profissão", exagerou.
Na trama, o personagem de Henri vive uma versão praiana da conhecida tragédia do clássico O Conde de Monte Cristo, obra assinada pelo escritor francês Alexandre Dumas, em 1844. Após ser traído por quem ele acreditava ser seu melhor amigo, sua vida toma contornos de vingança. Como a novela começou em ritmo de aventura, com gravações na Guatemala, onde Cassiano foi feito prisioneiro, o ator precisou se preparar fisicamente para encarar as gravações no país caribenho. "Tive de treinar exercícios aeróbicos. Corria 8 km por dia", relembrou.
Apesar de ser adepto de uma composição mais intuitiva para seus personagens, Henri confessa que as semanas que passou na Base Aérea de Natal, no Rio Grande do Norte, o ajudaram a tirar Cassiano do papel. Foi durante essa fase de vivência militar que o ator conseguiu moldar os trejeitos do piloto de caça da Aeronáutica, apostando em uma postura mais formal e no linguajar específico do meio. No entanto, como já havia interpretado um piloto na novela Um Anjo que Caiu do Céu, de 2001, simular o comando de um avião não foi novidade para ele. "Em Flor do Caribe nós usamos caças mais lentos que não fazem tantas acrobacias quanto os que voei na novela do (Antônio) Calmon. Mas já tinha noção do que fazer dentro da aeronave. Claro que não a pilotei, mas cheguei a ajudar o piloto com alguns procedimentos", contou.
Dar vida a um "mocinho" do horário das 18h chegou a preocupar Henri no início do folhetim. O ator não queria que seu personagem seguisse os moldes do típico herói monocromático, distante da realidade. Agora, com a novela prestes a chegar ao fim, ele acredita que conseguiu humanizar o piloto. Inclusive, foi essa possibilidade de fazer um protagonista atípico que o instigou a aceitar o convite. "Acho que o conceito de mocinho está mudando aos poucos na TV. E o Cassiano é diferente, não é ingênuo, tem o bem e o mal dentro dele", explicou.
Esse é o terceiro encontro do ator com Walther Negrão. Os dois trabalharam juntos pela primeira vez em 2004, na novela Como Uma Onda, e depois em Araguaia, de 2010. As tramas recheadas de aventura do autor são o que mais atraem Henri. Entretanto, ele não faz questão de esconder que tem suas preferências. "Quando trabalhei pela primeira vez com Negrão, estava passando por um momento difícil na minha vida. Não foi uma das minhas melhores épocas. Mas Araguaia e Flor do Caribe foram trabalhos muito felizes", comparou.
Para toda obra
Apesar de estar feliz com o resultado de seu mocinho Cassiano em Flor do Caribe, Henri Castelli já chamou muita atenção na pele de vilões. Em 2011, por exemplo, ele roubou a cena no "remake" de O Astro ao interpretar o mau-caráter Felipe. O ator resume as boas criticas que recebeu por seu desempenho em apenas uma questão de "momento certo". "É evidente que, com o tempo, cresci como ator, amadureci. Mas acredito nessas coisas de 'encontros', em O Astro tive a oportunidade de estar disponível para o papel certo, na hora certa", sentenciou.
Seu primeiro vilão foi, inclusive, na novela Como Uma Onda, onde interpretou o ambicioso Jorge Junqueira. Não à toa, o ator chegou a ser cotado por Walther Negrão para interpretar o desequilibrado Alberto de Flor do Caribe, papel que acabou ficando com Igor Rickli. Mas Henri queria mostrar versatilidade. "Queria mesmo fazer o papel de herói porque, nos últimos anos, fiz muitos vilões na tevê", argumentou.