Para construir personagem, Fernanda Pontes trabalhou com crianças carentes
O tempo de preparação de uma novela é uma das fases preferidas de Fernanda Pontes, a Vanessa de Flor do Caribe. Na hora de iniciar os trabalhos, a atriz não hesita em mergulhar a fundo na história de seu personagem. E na trama de Walther Negrão, não foi diferente. Assim que soube que seria o braço direito da mocinha Ester, de Grazi Massafera, na fictícia ONG para crianças carentes, Fernanda ficou uma semana como monitora em um espaço do programa Criança Esperança. Sem que soubessem que se tratava de um laboratório para a novela. "Para aquelas crianças, eu era apenas uma monitora. Ninguém falou nada de novela ou atriz da Globo. Sou bem 'caxias'. Gosto de me empenhar e estudar muito", explica ela, que acredita que esse tempo tenha sido essencial para compor sua personagem. "Foi uma experiência única. Me fez ver a vida com um novo olhar", completa.
No decorrer da trama, a personagem de Fernanda foi ganhando outros contornos. Além dos assuntos burocráticos da ONG, ela virou uma espécie de aliada da protagonista na ânsia por desmascarar o vilão Alberto, de Igor Rickli. "Ela é uma menina estabanada. Mas é uma personagem muito legal e solar", defende. Por sua boa forma, a atriz também é uma das belas dançarinas do bar homônimo da novela, comandado por Cassiano, papel de Henri Castelli. Por isso, Fernanda fez diversas cenas de biquíni. "É uma novela praiana. Então, exige um corpo em forma. Como ela tem muitas sequências, eu dei uma intensificada na malhação. Em Gabriela, eu tinha um corpo mais de menina e agora preciso ser mais mulher'', afirma ela, referindo-se ao seu último personagem na tevê, a recatada Zuleika, do "remake" assinado por Walcyr Carrasco no ano passado.
A vontade de trabalhar em uma novela de Walther Negrão era antiga. Desde criança, a atriz acompanhava os folhetins Top Model e Tropicaliente e nutria o sonho de participar de uma novela nesses mesmos moldes e temática. "Conheço o trabalho do Negrão há muito tempo. E quando surgiu o teste, não pensei duas vezes. Me dediquei muito para pegar esse papel", orgulha-se ela, que se encantou por interpretar uma personagem totalmente oposta ao que fez em Gabriela. "Tudo é muito diferente. Foi trabalho de construção e desconstrução. Isso para uma atriz é muito enriquecedor", completa.
Desde pequena, Fernanda dava sinais de que seguiria a carreira artista e roubava a cena em festa infantis. Com passagem por diversas emissoras, como Band e Record, Fernanda tem um currículo mesclado pela apresentação e atuação. Por muito tempo, a jovem niteroiense de 29 anos fez participações em novelas da Globo, como Da Cor do Pecado e Malhação. Mas, logo depois, surgiu a oportunidade de apresentar o Band Sport. Após essa experiência, Fernanda acabou se estabilizando na apresentação, em programas no Multishow, na TV Vanguarda e no infantil TV Globinho. "Atualmente, os convites que surgem para mim são na atuação. Amo atuar. É um universo que me fascina. Mas não descarto voltar a apresentar", ressalta ela, que não acredita que tenha de se provar mais na profissão por ser casada com o empresário Diogo Boni, filho do influente diretor Boni. "Quando você tem segurança da sua história, tudo fica mais fácil. Sempre batalhei e continuo correndo atrás, batendo em portas e fazendo testes", aponta.
Considerando-se uma novata na tevê, Fernanda tem em mente diversos papéis que gostaria de interpretar, como uma dependente química, uma vilã e atuar mais na comédia. "Estou só no começo. Quero fazer tudo. Quero mostrar meu talento em diversas formas", planeja. Próximo do fim de Flor do Caribe, ela já começa a arquitetar outros projetos. Ainda esse ano, poderá ser vista no longa Isolados, ao lado de Regiane Alves e Bruno Gagliasso. Além disso, também está escalada para um papel no filme sobre a dupla Leandro e Leonardo. ''Sei que estou no elenco, mas não tenho previsão de quando começam os trabalhos", afirma.