Globo construiu navio de 25 metros para novela há oito anos
Trama da Globo inspirada em história do Brasil teve produção cuidadosa e contou com 100 profissionais para construção de navio em set de gravações
Em 22 de março de 2017, há oito anos, a Globo estreava Novo Mundo como sua nova novela das seis. Primeira novela de Thereza Falcão e Alessandro Marson como autores titulares, a trama baseada na história do Brasil teve uma produção cuidadosa e contou com 100 profissionais para a construção de navio de 25 metros em set de gravações.
Detalhes caprichados
Como destaca o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, a cenografia de Novo Mundo apostou no realismo ao conceber um navio que se transformou ao longo da trama, assumindo diferentes identidades: de cargueiro a embarcação pirata, e por fim, a nau que trouxe a arquiduquesa Leopoldina (Letícia Colin) ao Brasil.
Segundo o cenógrafo Paulo Renato, em entrevista resgatada por Xavier, a recriação da nau do século XIX foi pensada nos mínimos detalhes para remeter às embarcações portuguesas da época, com texturas e estruturas que transmitissem autenticidade.
"Trabalhamos as madeiras de forma natural, crua e surrada, para que o navio tivesse um aspecto realista e vivesse as transformações necessárias na história", explicou o cenógrafo. A construção não foi um cenário descartável: após as gravações, a estrutura permaneceu nos Estúdios Globo e se tornou um espaço reutilizado em outras produções.
Novela de aventura
Xavier destaca que os autores Thereza Falcão e Alessandro Marson fizeram sua estreia como titulares em Novo Mundo, trazendo uma abordagem inspirada nos grandes filmes de piratas e aventuras clássicas do cinema.
"Nos inspiramos em produções como Pirata Sangrento e Piratas do Caribe, sem copiar diretamente, mas buscando aquele espírito de aventuras com luta de espadas e sequências dinâmicas", destacou Marson em trecho publicado no Teledramaturgia.
O trabalho da dupla, que já havia colaborado em novelas como Cordel Encantado e Avenida Brasil, ajudou a dar um tom vibrante à trama, que misturava romance, política e a luta pela independência do Brasil.
Boa repercussão
A novela conquistou tanto público quanto crítica, atingindo uma audiência média de 24 pontos no Ibope da Grande São Paulo, superando sua antecessora. Além disso, Xavier recorda que a produção visualmente sofisticada e as atuações marcantes, especialmente de Letícia Colin como Leopoldina e Vivianne Pasmanter como a grotesca e hilária Germana, foram amplamente elogiadas.
Outro aspecto fundamental da produção foi a preparação do elenco, que incluiu aulas de esgrima, equitação, música, idiomas e etiqueta histórica. A imersão dos atores no contexto da época, segundo o Teledramaturgia, contribuiu para uma interpretação mais autêntica e envolvente.