Globo derrubou ibope das sete há 11 anos com novela ambientada em ilha misteriosa
Com uma trama recheada de aventura e protagonizada por atores jovens, Globo mudou novela para suspense policial na tentativa de reconquistar o público
Em 4 de novembro de 2013, há 11 anos, a rede Globo inovava no horário das sete com o lançamento de Além do Horizonte, novela de Carlos Gregório e Marcos Bernstein com uma trama recheada de aventura e protagonistas jovens. O público, porém, não se identificou com a proposta e o enredo ambientado em uma ilha misteriosa derrubou o ibope da faixa.
Inspirações
Em entrevistas resgatadas pelo jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, os autores explicaram que as inspirações para a trama vieram do desejo em contar histórias de pessoas pioneiras, que se aventuraram em busca de seus sonhos e como isso afetava os indivíduos ao redor desses sonhadores.
"Comecei a especular o quanto elas seriam capazes de fazer em busca desse sonho. Pensei nessas pessoas que estão insatisfeitas com a vida que levam e que em algum momento decidem largar tudo o que têm. E nas pessoas que ficam e resolvem ir descobrir o que aconteceu com esses parentes, irmãos, maridos, namorados que desaparecem sem deixar aviso ou direção, e que podem ter morrido", explicou Bernstein na época.
Inicialmente, Gregório, parceiro na escrita do roteiro, sentia que seria trabalhoso adaptar a história, que se assemelhava muito a séries americanas, para uma novela brasileira: "Quando Marcos propôs a ideia, eu achei de difícil execução, mas muito instigante. Ela me lembrava um filme que é um fetiche meu, O Segundo Rosto, de John Frankenheimer, que era sobre uma empresa que fazia as pessoas desaparecerem para uma outra vida. Aí bateu uma coisa legal de fazer. A gente começou a explorar essa ideia complicada e percebeu que tinha potencial de uma coisa misteriosa, aventuresca, com todos esses apelos", disse.
Recepção do público
Apesar do esforço em transformar o enredo, com claras influências da série Lost — que tinha um grupo sobrevivendo em uma ilha misteriosa —, em um folhetim notadamente brasileiro, o público não foi fisgado.
Segundo Xavier, os mistérios e os desejos dos personagens principais, que estavam em busca da "felicidade", não captaram o interesse do público, até então acostumado com outro tipo de enredo no horário das sete. O fato dos protagonistas serem atores jovens, como Juliana Paiva, Thiago Rodrigues e Vinícius Tardio também afastou os telespectadores.
O custo foi uma média final de 20 pontos de audiência na Grande São Paulo, se transformando na menor audiência da faixa até então, perdendo para suas antecessoras Sangue Bom e Guerra dos Sexos, que terminaram com 25 e 23 pontos, respectivamente.
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