Globo 'previu' tecnologias do futuro em novela que marcou ator como cigano há 29 anos
Trama da Globo se consagrou na teledramaturgia brasileira e personagem cigano foi transformado em símbolo da cultura pop
Em 6 de novembro de 1995, há 29 anos, a rede Globo lançava Explode Coração, novela de Glória Perez que unia a tradição cigana com tecnologia do final dos anos 1990 e se consagrou como uma das grandes obras da teledramaturgia brasileira. A trama 'previu' tecnologias do futuro e marcou ator com personagem cigano, que virou ícone da cultura pop.
A tradição e o moderno
Para escrever Explode Coração, a autora se baseou em costumes do povo cigano e, como aponta o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, a história da protagonista Dara (Tereza Seiblitz), foi inspirada em um caso real.
Na novela, a personagem se apaixona por um homem não cigano e sofre preconceito de seu povo pelo relacionamento — ao que tudo indica, o texto foi inspirado na vida da advogada cigana Myrian Stanescon, que chegou a entrar com um pedido na Justiça solicitando a não exibição de uma cena de sexo envolvendo Dara e seu amado, mas perdeu.
O casal central, Dara e Júlio (Edson Celulari), se conheceu na novela por meio de uma sala de bate-papo online, uma realidade até então impossível para a grande maioria dos brasileiros. Na época, a cena pareceu futurista, mas hoje faz parte do cotidiano.
Cigano Igor
O ator Ricardo Macchi ficou marcado para sempre como cigano Igor, personagem que seria um dos antagonistas da novela, mas para o público se limitou a fazer "papel de bonitão". De acordo com Xavier, foi com a atuação de Macchi que a discussão sobre atores que tem boa aparência, mas quase nenhum talento em cena, se ascendeu.
O personagem, inclusive, virou sinônimo para definir atores com intepretações caricatas e superficiais. A passagem do tempo foi bondosa com Macchi e o papel que marcou sua carreira se transformou em símbolo da cultura pop brasileira, com diversas referências divertidas e bem humoradas difudidas sobre o cigano Igor.