Globoplay resgata novela nunca reprisada criada em 45 dias
Trama da Globo que entrou para o catálogo do Globoplay nesta semana foi estendida após sucesso com o público e passou de 80 para 125 capítulos
Em janeiro de 2000, a Globo lançou Esplendor, marcando a estreia solo de Ana Maria Moretzsohn como autora na emissora. Criada como parte de um novo conceito de novelas de verão, a trama tinha como objetivo oferecer histórias mais curtas e econômicas durante as férias, com produção mais ágil. Seguindo essa linha, a novela foi criada do zero em 45 dias e se consagrou como um grande sucesso. Relembre trama nunca reprisada que chegou ao catálogo do Globoplay na última segunda, 27.
Tempo recorde
Como destaca o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, a novela foi concebida como primeira obra de um projeto de verão da Globo e em um prazo muito curto: desde a aprovação da ideia até a estreia, foram 45 dias, incluindo o período de festas de fim de ano.
Segundo Daniel Filho, em seu livro O Circo Eletrônico, o feito quase bateu um recorde de agilidade da emissora, principalmente considerando que no final do ano as produções costumam enfrentar desafios adicionais.
Inicialmente planejada para ter 80 capítulos, a trama foi ampliada para 125 episódios devido à boa recepção do público. Mesmo com poucas histórias paralelas, Xavier afirma que o alongamento do folhetim não prejudicou a narrativa.
Trama gótica
Ana Maria Moretzsohn se baseou em romances góticos, contos de fadas — como A Bela e a Fera — e histórias de suspense para criar a narrativa de Esplendor. A trama principal, relembra o Teledramaturgia, também remete a A Intrusa, novela da TV Tupi, de 1967, com a premissa clássica de um personagem assumindo a identidade de outro — uma fórmula explorada com sucesso em várias produções brasileiras, como Plumas e Paetês e Cara e Coroa.
Ambientada no interior do sul do Brasil nos anos 1950, a novela impressionou pela rica recriação de época. Cerca de 80 profissionais participaram da produção, muitos dos quais já haviam trabalhado juntos em Hilda Furacão (1998), o que ajudou a viabilizar a novela em tão pouco tempo.
Recentemente adicionado ao catálogo do streaming da Globo, Esplendor, além de resgatar um clima pitoresco, dá ao público a chance de rever o trabalho de um elenco formado por grandes nomes da teledramaturgia, como Letícia Spiller (Flávia Cristina), Cássia Kiss (Adelaide), Floriano Peixoto (Frederico Berger) e Murilo Benício (Cristóvão Rocha).