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Com ar de cinema, 'Joia Rara' estreia nesta segunda; veja quem é quem

16 set 2013 - 08h58
(atualizado em 9/10/2013 às 15h41)
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Soar original na criação de uma telenovela é tarefa das mais difíceis. Enraizados no óbvio dos arquétipos, as tramas já abordaram inúmeras vezes as mesmas histórias de amor, intrigas e vinganças. Thelma Guedes e Duca Rachid, autoras de Joia Rara – que estreia na próxima segunda, dia 16 –, não fogem à regra. Elas, no entanto, utilizam alguns ingredientes para tentar diferenciar e valorizar a nova novela global das 18h: inspiração na filosofia budista e ambientação histórica no período que sucede a segunda Guerra Mundial – entre 1934 e 1945.

"A base da novela é uma história de amor totalmente shakespeariana. A reencarnação de um monge é fruto dessa paixão, que vive em meio aos primeiros ecos da guerra e à boêmia da época", detalhou Duca. Para Thelma, outro grande diferencial do novo trabalho está na estética apurada, concebida pela diretora-geral Amora Mautner, sob o núcleo de Ricardo Waddington. "Vai ser difícil ver uma obra nossa que não tenha alguma coisa de fantasia. Faz parte da nossa assinatura. Então, é essencial ter diretores que acreditam no que a gente quer contar", elogiou.

Mais focados na suntuosidade das imagens do que na história em si, Amora e Waddington, que recentemente trabalharam no mesmo esquema em Cordel Encantado e Avenida Brasil, se preocuparam em criar, com fotografia de cinema e tons vermelhos, o cenário ideal para a história de amor de Franz (Bruno Gagliasso) e Amélia (Bianca Bin), e o nascimento da filha do casal, Pérola (Mel Maia), suposta reencanação do monge Ananda (Nelson Xavier). "Sou obsessiva em relação ao conceito. Temos uma imagem linda, forte, formal e elaborada. E ainda exijo verdade do elenco", pontuou Amora.

Com capítulos orçados em cerca de R$ 600 mil, a pré-produção da novela começou no final do ano passado, quando as autoras e os diretores foram até o Nepal pesquisar e procurar possíveis locações para a trama. Abordar o budismo e não ir ao Tibet pode até soar estranho, mas a complexa relação entre o governo da China e a região limitaram as gravações. A saída foi abordar a filosofia de forma mais abrangente, englobando o budismo de toda a região do Himalaia e ambientando o núcleo em uma cidade fictícia.

"Encontramos parceiros técnicos e fizemos cenas lindíssimas no Nepal. Optamos por um trabalho mais artesanal, sem grandes toques de tecnologia. Por isso, me orgulho bastante da cena que contou com 15 mil monges entoando mantras", detalhou Waddington.

Outro destino importante e complexo para a equipe de Joia Rara foi o Valle Nevado, no Chile. A gélida região serviu de locação para retratar a escalada do protagonista e mais dois amigos – Eurico (Sacha Bali) e Manfred (Carmo Dalla Vecchia) – ao monte Everest. Na descida, o trio enfrenta uma avalanche, causa da morte de Eurico e do desaparecimento de Franz.

Este é ponto de partida da trama, pois, a partir dessa experiência, o mimado filho do todo-poderoso Ernest, vilão interpretado por José de Abreu, é resgatado por um grupo de monges e acaba conhecendo a humilde e bela Amélia. "As gravações duravam quase o dia todo. O frio, o desgaste físico e a convivência com a equipe me ajudaram muito na construção do personagem", observou Bruno Gagliasso.

Nos estúdios da TV Globo, no Rio de Janeiro, as equipes de cenografia, direção de arte e figurino se preocupavam com os detalhes e a transição de quase uma década pela qual a novela passa ao longo da exibição. A missão do cenógrafo João Irênio foi retratar o Rio de Janeiro boêmio da época e o minimalismo oriental em duas cidades cenográficas que, juntas, somam 8 mil m², além de cerca de 60 cenários, em estúdio.

"Busquei referências distintas e fui muito cuidadoso. Afinal, o trabalho de cenografia é extremamente psicológico, podemos ajudar o ator a ter um real sentimento de angústia a partir do que criamos", analisou Irênio. Trabalhando ao lado do cenógrafo, a diretora de arte Ana Maria Magalhães assume a inspiração no parisiense Moulin Rouge para compor o núcleo do Cabaré Pacheco Leão.

Comandado por Arlindo (Marcos Caruso), o local exala música e sensualidade e representa o desbunde da época. É o cenário perfeito para a disputa entre as coristas Lola (Letícia Spiller) e Aurora (Mariana Ximenes). "A Aurora representa a chegada do novo, a vanguarda, dentro da novela. Ela quer acabar com o reinado da Lola e se tornar uma grande estrela. Mas terá seus dramas também", adiantou Mariana.

Sagrado e profano

A virada dos anos 1930 para 1940 é o cenário que Duca Rachid e Thelma Guedes utilizam para contar a mística e politizada história de Joia Rara. Ancorada pelos encontros e desencontros amorosos do mimado Franz e da proletária Amélia, a novela viaja até a região do Himalaia e se apropria da mensagem de paz e harmonia da filosofia budista.

Na trama, o monge e líder espiritual Ananda morre e escolhe reencanar em Pérola, filha do casal protagonista. Cabe ao sensível Sonan (Caio Blat), procurar no Brasil a criança escolhida por seu mestre. "Vamos falar de fraternidade, generosidade, empatia. Não é uma questão religiosa, o budismo antes de tudo é uma filosofia. Nossa proposta é que ele seja como um manto abraçando a novela", sintetizou a autora Thelma Guedes.

Em um Rio de Janeiro agitado pela proximidade da 2ª Guerra Mundial, o movimento socialista permeia a cabeça de uma massa proletária ansiosa por uma vida melhor. O algoz dos socialistas é o inescrupuloso Ernest. Tradicionalista ao extremo, ele comanda suas empresas e família com mãos de ferro e é contra o casamento de Franz e Amélia. Ele ainda se intromete nos desejos de seus outros filhos, Hilda (Luiza Valdetaro) e Viktor (Rafael Cardoso).

No entanto, quando menos espera, o vilão também pode ser atacado pela vingativa Sílvia (Nathalia Dill) e por seu filho bastardo, Manfred (Carmo Dalla Vecchia). "O Manfred é quem movimenta a novela. Esse é o lado bom de fazer o vilão. Ele não só quer ser reconhecido como filho pelo Ernest, como inveja a vida e o amor do Franz", entregou Carmo.

Em meio a profundas modificações políticas e sociais, ainda há espaço para diversão. E, em Joia Rara, sensualidade, música, humor e egos inflados se encontram no Cabaré Pacheco Leão, espécie de Moulin Rouge carioca, comandado por Arlindo e localizado no boêmio bairro da Lapa. A casa é palco de sonhos impossíveis e amores mal-resolvidos.

Inicialmente, quem brilha pelo bairro é a estonteante Lola, mas a fama da loura fica comprometida com o ar europeu e as performances de vanguarda da não menos envolvente Aurora. "O clima das gravações é realmente único. São figurinos, cenários e detalhes que fazem o trabalho valer a pena. É um excelente exercício de canto, dança e atuação para qualquer atriz", analisou Letícia.

Quem é quem

Franz (Bruno Gagliasso) - Rapaz bonito, mimado e materialista, Franz foi criado para herdar a fortuna e assumir os negócios da família Hauser. Sofrerá um acidente durante uma escalada nos Himalaias e será acolhido pelo líder espiritual budista Ananda (Nelson Xavier). Esta amizade colocará suas certezas em xeque. Vai se apaixonar perdidamente por Amélia (Bianca Bin) e abrirá mão de sua fortuna para ficar com ela.

Amélia (Bianca Bin) - Moça pobre, gentil e batalhadora, saiu do nordeste ainda pequena, com a família, para tentar uma vida melhor no Rio de Janeiro. Operária da Fundição Hauser, Amélia se casará com Franz e terá uma filha com ele.

Pérola (Mel Maia) - Filha de Franz e Amélia, Pérola é uma menina especial, alegre e compreensiva. Será criada pela família rica do pai, mas não perderá o contato com a família simples da mãe. Seu objetivo é ver os pais juntos novamente.

Família Hauser

Ernest (José de Abreu) - Homem equivocado, preconceituoso e severo, não se importa de passar por cima das pessoas para alcançar seus objetivos. De origem suíça e viúvo, é dono de uma fundição e uma joalheria. Conseguirá se casar com Iolanda (Carolina Dieckmann) aproveitando-se de uma fraqueza do pai dela.

Hilda (Luiza Valdetaro) – Filha caçula de Ernest, Hilda é uma moça bem educada, doce e amorosa. Seu sonho é ser cantora, mas não ousa desafiar o pai, que não toleraria tal escolha.

Viktor (Rafael Cardoso) - Filho do meio de Ernest, é um rapaz tímido, frágil e suscetível. Estuda em colégio militar, mas não se empenha muito e sempre irrita o pai com notas baixas, principalmente em matemática. Viktor quer mesmo é ser pintor. Vai se encantar por Silvia (Nathalia Dill).

Manfred (Carmo Dalla Vecchia) - Filho bastardo de Ernest com a governanta Frau Gertrude (Ana Lúcia Torre), mas ninguém sabe disso, a não ser ele mesmo e os pais. Sente-se rejeitado por não ser reconhecido como filho e tem muita inveja de Franz.

Frau Gertrude (Ana Lúcia Torre) - Governanta da família Hauser há quase 30 anos, Gertrude ama o patrão, Ernest, com quem teve um filho. Cuida da casa com mãos de ferro e ressente-se por não ter a atenção do patrão.

Silvia (Nathalia Dill) - Fria e calculista, aproxima-se dos Hauser com interesses obscuros. Consegue a vaga de designer de joias na empresa da família e rapidamente conquista todos eles. Vai se aproveitar da fragilidade de Franz para tentar seduzi-lo.

Núcleo do cortiço

Raimundo (Domingos Montagner) - Operário na Fundição Hauser, Mundo é um nordestino simples, idealista e justo. É um dos líderes da causa operária, sonha com um Brasil menos desigual. Irmão de Amélia, é apaixonado por Iolanda (Carolina Dieckmann), mas resiste à ideia de se casar com ela, pois tem medo de que a vida em família atrapalhe sua luta.

Apolônio (Luiz Gustavo) - Criou Amélia e Mundo, seus afilhados, com dificuldade. Mora em um cortiço na Lapa e é querido por todos.

Toni (Thiago Lacerda) - Descendente de italianos, Toni trabalha na Fundição Hauser e mora no cortiço com Gaia (Ana Cecília Costa). Na primeira fase da trama, integra o movimento operário com Mundo (Domingos Montagner); na segunda, desiste da luta depois que a mulher e o filho são deportados para a Lituânia. Vai se apaixonar por Hilda (Luiza Valdetaro) sem saber que ela é uma Hauser.

Gaia (Ana Cecília Costa) - Mulher de Toni, forte e destemida será deportada para a Lituânia pouco antes da guerra.

Núcleo do cabaré Pacheco Leão

Arlindo (Marcos Caruso) - Dono do cabaré Pacheco Leão, Arlindo é um artista visionário. Apaixonado pela arte, cuida de todos os detalhes dos shows, desde a cenografia até a coreografia e a direção. É um homem bom, engraçado e companheiro. Sofre com as interferências de sua mulher, Miquelina (Rosi Campos) e sua sogra, dona Santinha (Nicette Bruno).

Miquelina (Rosi Campos) - Esposa de Arlindo, também faz de tudo um pouco no cabaré: atua, canta, faz adereços e serve as mesas. É muito ciumenta e vive no pé do marido.

Arlindinho (Pedro Neschling) - Filho de Arlindo e Miquelina, é pianista e convive no meio artístico desde pequeno. Namora quase todas as vedetes do cabaré.

Belmira (Juliana Lohmann) - Filha mais nova de Arlindo e Miquelina, é o patinho feio da família. Trabalha no cabaré, mas não ama aquela vida.

Santinha (Nicette Bruno) - Mãe de Miquelina, é uma típica matriarca portuguesa. Rabugenta, gosta de implicar com Arlindo.

Lola (Letícia Spiller) - Dançarina veterana, é a estrela do cabaré Pacheco Leão na primeira fase da trama. Vaidosa, Lola se preocupa muito mais com as roupas do que com sua arte. Tem um caso antigo com Manfred e seu sonho é fazer parte de uma família rica.

Aurora (Mariana Ximenes) - Artista radicada na França, chega ao Brasil atrás de Décio (Miguel Rômulo), que a abandonou em Paris. Será a grande estrela do cabaré Pacheco Leão na segunda fase da trama, rivalizando com Lola. É uma artista ousada e de espírito livre. Apesar disso, vai se apaixonar por Davi (Leandro Lima), um ex-pracinha.

Davi (Leandro Lima) - É soldado e será recrutado para lutar na guerra. É dado como morto, mas tudo não terá passado de um engano. Volta paraplégico e vai se apaixonar por Aurora.

Dália (Tania Khalil) - Bailarina no cabaré Pacheco Leão, é irmã de Davi e sofrerá pensando que ele foi morto na guerra. Vai se apaixonar por Mundo.

Matilde (Fabiula Nascimento) - Moça do interior que vai para o Rio de Janeiro à procura de trabalho no cabaré. Bonita e bondosa, ficará amiga dos monges quando eles chegarem ao Brasil.

Cristina (Giovanna Ewbank) - Dançarina do cabaré, é bonita, talentosa e meio avoada.

Serena (Simone Gutierrez) - Vedete gordinha amada pelo público, tem autoestima bastante elevada. É vaidosa e engraçada, está sempre brigando com Arlindinho.

Odilon (Tiago Abravanel) - Malandro boa-praça, vai se transformar em um cantor de rádio muito querido pelas mulheres.

Joel (Marcelo Medici) - Amigo, coreógrafo e secretário de Aurora, virá com ela da França e ficará com o cargo de mestre de cerimônias do cabaré Pacheco Leão.

Núcleo dos Himalaias

Ananda (Nelson Xavier) - Líder budista, cuidará de Franz quando ele se acidentar durante uma escalada no Everest.

Sonan (Caio Blat) - Discípulo fiel de Ananda, ficará arrasado com a morte dele. Tomará como missão procurar onde o mestre escolheu reencarnar. É um estudioso da filosofia budista, dedicado e concentrado.

Tempa (Ângelo Antônio) - Monge discípulo de Ananda, é um sábio que gosta de contar histórias budistas para Pérola.

Família Passos

Eurico (Sacha Bali) - Amigo de Franz e Manfred, é rico, mas simples. Simpático até mesmo com os funcionários da fundição.

Valter (Leopoldo Pacheco) - Pai de Eurico e Décio (Miguel Rômulo), é um banqueiro rico e poderoso. Valter é um homem conservador, assim como seu melhor amigo, Ernest.

Laura (Claudia Ohana) - Esposa de Valter, é rica e elegante. Sofre muito com a morte de Eurico.

Décio (Miguel Rômulo) - Rapaz mimado, volta ao Brasil depois de terminar os estudos na Europa. Prepotente, trata mal quem não tem poder e status.

Fonte: TV Press
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