Fabiula Nascimento comemora envolvimento com monge em 'Joia Rara'
Interpretar uma personagem da década de 1940 já era um estímulo e tanto para Fabiula Nascimento. Mas outro ponto que deixou a atriz extremamente empolgada em viver a vedete Matilde de Joia Rara foi o contato maior que o papel permite com a dança. A atriz nunca chegou a se formar em nenhum estilo, mas garante que esse universo faz parte de sua vida desde sempre. E, em função da profissão de Matilde, muitas serão as coreografias que deverá ensaiar ao longo de toda a novela. "Tudo que se relaciona ao corpo me ajuda para trabalhar no teatro, então me interessa. Balé clássico, por exemplo, ajuda a postura e dá leveza aos movimentos. Eu fiz até um mês e meio antes de começar a gravar", explica.
Na trama, Matilde convive com as colegas do cabaré, mas uma história vai além dos números musicais. Com caráter firme e uma pureza que chama a atenção, a moça encanta profundamente o monge Sonan, papel de Caio Blat. O problema é que o budista fez voto de castidade e, se quiser viver plenamente esse amor, precisará abdicar do posto que ocupa na religião. "Esse vai ser um ponto alto da trama. Fiquei feliz porque é uma personagem que já chega com uma história boa. Não preciso ficar na expectativa de que algo aconteça", valoriza. Fazer par romântico com Caio Blat, aliás, é uma satisfação para Fabiula. Principalmente pelo fato de ser um ator que, assim como ela, tem uma trajetória de destaque no cinema. "Não que isso seja fundamental, mas é gratificante atuar com alguém que admiro e com quem nunca tinha trabalhado", opina.
Para o visual da personagem, a figurinista Marie Salles decidiu usar como inspiração a modelo americana Bettie Page, muito famosa na década de 1950. E isso foi determinante não apenas nas roupas que Fabiula usa em cena, mas também nas mudanças físicas pelas quais passou. Foi em função dessa referência que seu cabelo foi escurecido, alisado e remodelado com uma franja. "Foi uma transformação bacana porque ficou bem 'pin-up' mesmo. Funciona bastante, ainda mais com os vestidos justos e bem coloridos que compõem o guarda-roupa da personagem", avalia.
Pela segunda vez consecutiva, Fabiula interpreta um tipo que, direta ou indiretamente, está ligado à religião. Em O Canto da Sereia, a atriz viveu a mãe de santo Marina de Oxum, amiga e guru da protagonista de Isis Valverde na microssérie. Para o atual trabalho, ela teve aulas sobre budismo com Virgínia Casé, instrutora contratada pela Globo. Mas aposta que, mais uma vez, a religião não deve ser tratada de maneira aprofundada no folhetim. "É complicado porque mexe com sentimentos muito particulares do público. E, agora, não é a minha personagem que vive dentro da religião, ela cruza o caminho do monge", desconversa.
O convite para fazer Joia Rara veio quando ainda se despedia da espevitada Olenka de Avenida Brasil. Na época, Amora Mautner e Ricardo Waddington, diretora-geral e diretor de núcleo de ambas as produções, avisaram que já estavam tocando o projeto e gostariam de contar com ela no elenco. Um feito que Fabiula considera uma vitória, visto que essas foram suas únicas participações em novelas. E que credita, principalmente, a seu desempenho nas cenas do fictício bairro do Divino da trama de João Emanuel Carneiro. "Foi um personagem e tanto! E vejo que consegui manter o meu destaque. A aproximação com Adauto (papel de Juliano Cazarré) e o final dos dois personagens ajudaram muito nesse sentido", conclui.
Caminhos cruzados
Curiosamente, foi o humor que deu o pontapé inicial para que Fabiula chegasse à televisão. A atriz encenava o espetáculo De Graça, Mas Tem Que Pagar, ao lado de Katiúscia Canoro, quando conquistou o papel principal feminino no filme Estômago e a colega conseguiu espaço no humorístico Zorra Total, na pele da emergente Lady Kate. A partir do longa, Fabiula ganhou destaque no cenário artístico nacional e, pouco tempo depois, foi escalada para viver a batalhadora Jaqueline, namorada do tenente Wilson, papel de Murilo Benício no seriado Força-Tarefa. "Foi um privilégio porque era um trabalho curto, com uma produção mais elaborada e um cuidado maior", orgulha-se.
Na linha de shows da Globo, chegou a se dividir entre o programa policial e a série de comédia Junto & Misturado, que teve sua primeira temporada exibida em 2010 e, depois, já com a segunda temporada sendo gravada, foi cancelado subitamente pela emissora. Uma decisão que, até hoje, é lamentada pelo elenco. "Era um humor inteligente, sentimos muito. Mas entendemos que, se optaram por descontinuar, tiveram seus motivos", diz.