"O corpo já fica diferente", diz ator de 'Joia Rara' sobre figurino de época
O humor sempre rondou a carreira de Ícaro Silva. Apesar de estrear na TV com 11 anos, em Meu Pé de Laranja Lima, exibida pela TV Band em 1998, ele ganhou notoriedade na pele do carismático Rafa, que entrou em Malhação na temporada de 2003. De lá para cá, ele fez outros tipos cômicos e mais voltados para o público infantojuvenil, como apresentar o TV Globinho ou durante suas várias participações em Os Caras de Pau. Por isso, viver o Artur, de Joia Rara, foi um sopro de versatilidade bem recebido pelo ator. "Antes de fazer Malhação, eu nem pensava em fazer comédia. Depois disso, tive vários papéis com essa pegada. Estava querendo fazer um personagem mais realista, sem esse viés tão cômico", disse.
Para compor o talentoso pintor e professor de desenho, Ícaro precisou fazer uma preparação especial. "Tive quase dois meses de aulas de desenho de joias com a designer Francisca Bastos", lembra. Para entrar no clima dos anos 1940, ele também teve de adaptar o visual. "Nunca pensei que fosse ter de chegar mais cedo para arrumar meu cabelo", entrega, aos risos. Além de cortar o cabelo, Ícaro passa por toda uma preparação. "Divido o cabelo no meio, passo muito gel e ainda coloco uma rede para abaixar o volume", conta. Para ele, o figurino também conta muito na hora de entrar no personagem. "Quando coloco a roupa, o corpo já fica diferente e me coloca em outro estado de percepção", entrega.
Nome: Ícaro Silva
Nascimento: 19 de março de 1987, em São Bernardo do Campo (SP)
Primeiro trabalho na TV: Meu Pé de Laranja Lima, novela de Ana Maria Moretzsohn exibida pela TV Band em 1998
Atuação inesquecível: Marvin, da peça Rock in Rio – O Musical
Interpretação memorável: Clarice Niskier, na peça A Alma Imoral
Momento marcante na carreira: "todos tiveram sua importância. Mas atuar no Rock in Rio – O Musical foi muito especial"
A que gosta de assistir: "não vejo muita TV, na verdade. Quando assisto, é desenho animado ou série. Gosto muito de desenho, principalmente Coragem, O Cão Covarde"
O que falta na televisão: "tanta coisa... Principalmente um programa para dialogar diretamente com os jovens"
O que sobra na televisão: "muita coisa também. Sobram modismos, costumes e caretice. A TV ainda está nos anos 1960, moldada em um esquema ditatorial. A TV tem de mostrar o que é natural no mundo. Por exemplo, acho surreal discutir se pode ou não ter um beijo gay em novelas"
Se não fosse ator, o que seria: "acredito que outro tipo de artista. Talvez, até um vocalista de alguma banda"
Ator: "não consigo dizer quem é meu ator preferido"
Atriz: A americana Viola Davis
Cantor: Jair Rodrigues e Caetano Veloso
Cantora: Amy Winehouse
Música: "quando adolescente, era viciado em Garotos, do Leoni. Depois, fiquei vidrado em Rehab, da Amy Winehouse. Até fiz uma tatuagem com um trecho dessa música"
Humorista: Tatá Werneck
Novela preferida: Mandacaru, exibida pela extinta TV Manchete em 1997
Vilão mais marcante: Zebedeu, de Benvindo Sequeira em Mandacaru
Personagem mais difícil de compor: Jair Rodrigues, da peça Elis, A Musical. "A construção foi muito complicada. Fazer uma pessoa que existe e está viva é uma coisa muito difícil"
Papel com mais retorno do público: Rafa, da temporada que se iniciou em 2003 de Malhação
Melhor bordão da televisão: "beijo do gordo", saudação usada pelo apresentador Jô Soares
Que papel gostaria de representar: "um personagem marginalizado. Talvez, um traficante que trabalhe nisso porque precisa, um drogado ou até mesmo um garoto de programa"
Com quem gostaria de fazer par romântico: com a atriz Mariana Molina. "Ela é a minha musa"
Filme: Matrix, de Andy e Larry Wachowski
Autor: José Saramago
Livro: Ensaio Sobre A Cegueira, de José Saramago
Diretor: Sam Raimi
Vexame: "uma vez fui entrevistar o líder do Timbalada. E, no meio da entrevista, no maior clima de descontração, ele me perguntou: 'bebeu água?'. E eu respondi: 'bebi!', estragando toda a piada com a música deles"
Um medo: "de não conseguir mudar nada do que está errado em volta de mim"
Projeto: "tenho alguns projetos no teatro. Mas de projeto a gente não fala, senão não acontece"