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Novela da Globo virou paródia de Vale Tudo ao tentar fazer homenagem nostálgica há seis anos

Trama da Globo sobre os anos 1990 foi repleta de erros históricos, mas conquistou o público pela leveza e comicidade que lhe rendeu ares de parodia

29 jan 2025 - 10h40
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Camila Queiroz e Jesuíta Barbosa foram destaques da novela
Camila Queiroz e Jesuíta Barbosa foram destaques da novela
Foto: Reprodução/Globo / Contigo

Em 29 de janeiro de 2019, há seis anos, a Globo estreava Verão 90 como sua nova novela das sete e revitalizava ao ibope do horário, que vinha fraco desde as últimas duas produções da faixa, O Tempo Não Para e Deus Salve o Rei. Com trama leve e divertida, a novela virou paródia de Vale Tudo ao tentar fazer homenagem nostálgica ao sucesso televisivo.

Espírito dos anos 1990? Quase

A trama, com pegada nostálgica e cômica, conseguiu elevar os índices e caiu no gosto popular, mas teve muitos deslizes históricos e falta de autenticidade na reconstituição da época, o que, como enfatiza o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, acabou soando como uma sátira exagerada.

Mesmo assim, isso não foi um problema: as autoras Izabel de Oliveira e Paula Amaral conseguiram reanimar a faixa das sete e Verão 90 conquistou o público que buscava uma distração despretensiosa. Apostando na comédia absurda e numa visão estilizada da cultura dos anos 1990, a novela trouxe referências à música, moda e acontecimentos da época, ainda que pecando pela falta de rigor histórico.

A produção, de acordo com Xavier, inicialmente teria o título Anos Incríveis (impedido por questões de direitos autorais, já que era o nome da série americana The Wonder Years), então passou a ser chamada de Verão 90 Graus e, posteriormente, Verão 90.

Entre os problemas históricos, o Teledramaturgia destaca a trilha sonora, que deveria retratar exclusivamente a década de 1990, mas misturava sucessos de diferentes épocas, indo desde os anos 1970 até o final dos anos 1990, sem um critério claro. O mesmo ocorreu com os figurinos, cabelos e expressões usadas pelos personagens, que nem sempre condiziam com o período retratado.

Trama fraca

Desde os primeiros capítulos, Verão 90 parecia beber da fonte de Vale Tudo, mas sem a profundidade ou o impacto da clássica novela de 1988. O que deveria ser uma homenagem tornou-se uma paródia involuntária, com personagens estereotipados e situações exageradas.

Segundo Xavier, a falta de uma trama central forte levou a novela a encontrar maneiras de se manter dinâmica por meio de episódios avulsos. Um exemplo foi a participação de Mainha, interpretada por ZezehBarbosa, que serviu como alívio cômico por um período, ou a inusitada sequência dos potes de doce de leite alucinógeno encontrados na praia — uma referência ao Verão da Lata de 1987, quando latas contendo maconha apareceram no litoral paulista.

No fim, Verão 90 conseguiu evitar o temido marasmo narrativo, mas à custa de uma sucessão de eventos soltos que davam a impressão de que a novela não tinha muito o que contar. Mesmo assim, seu tom despretensioso e o clima de escapismo garantiram sua popularidade.

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