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Novela incomodou ao mostrar exploração infantil e provocou defesa de autor

Novela que denunciou aumento do trabalho infantil e virou alvo de críticas por moradores da região retratada estreou no Globoplay no dia 30 de dezembro

15 jan 2025 - 10h58
(atualizado às 11h04)
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Fernanda Montenegro vivia protagonista da trama de Lauro César Muniz
Fernanda Montenegro vivia protagonista da trama de Lauro César Muniz
Foto: Reprodução/Globo / Contigo

Em 5 de maio de 1997, a Globo estreava Zazá, novela de Lauro César Muniz que incomodou ao mostrar exploração infantil no estado do Tocantins e provocou defesa de autor. A obra polêmica, que passou por altos e baixos durante sua exibição, foi disponibilizada no Globoplay no final de 2024, em 30 de dezembro. Saiba mais sobre a nova novela no catálogo do streaming.

Denúncia social e repercussão negativa

Zazá foi uma novela de cunho muito social: além do autor aproveitar o folhetim para refletir sobre a Aids, Muniz escolheu abordar, também, a exploração do trabalho infantil por meio da personagem Maria Olímpia (Cláudia Ohana), militante e integrante de uma ONG que denunciava essas práticas.

Como relembra o jornalista Nilson Xavier, do Teledramaturgia, a trama expôs a realidade de crianças trabalhando na construção civil em Palmas, no Tocantins, e apresentou soluções como campanhas de solidariedade para inserir esses menores na escola, com apoio de empresários locais.

Entretanto, moradores de Palmas criticaram a forma como a novela retratou a situação do estado. O auge da polêmica, segundo Xavier, foi a cena em que Maria Olímpia pede ajuda à protagonista Zazá (Fernanda Montenegro) para salvar um menino de 12 anos forçado a trabalhar com a perna quebrada.

Em um trecho resgatado do jornal O Globo por Sebastião Uellington Pereira e relembrado pelo Teledramaturgia, a defesa de Lauro César Muniz sobre as críticas foi destaque: o autor afirmou que a intenção era denunciar um problema nacional, não prejudicar a imagem do estado. Segundo o autor, a escolha de Palmas se baseou em informações de ONGs sobre problemas sociais na cidade.

Produção com altos e baixos

Na biografia Lauro César Muniz Solta o Verbo, o autor relatou todo o caminho com a novela cheia de bons e maus momentos. "Zazá era uma farsa gostosa que me divertia muito. Tinha tudo para dar certo (…) E começou muito bem, excelente receptividade do público, da imprensa, da emissora", destacou.

Mesmo com a boa recepção inicial, a trama desandou pelo ritmo frenético imposto pelo texto e a necessidade de Muniz em dividir o trabalho com colaboradores donos de estilos muito distintos. "Escrevi praticamente sozinho até o capítulo 70, mas depois comecei a cansar. A farsa exige um permanente brilho, um ritmo frenético, para esconder uma certa falta de credibilidade da ação. Eu estava esgotado demais e comecei a dividir o trabalho com colaboradores. O resultado não era o mesmo de quando eu escrevia sozinho", explicou na época.

"Surgiu um agravante: Rosane e Aimar tinham estilos muito diversos. Ela tem um humor sutil, refinado, ele ao contrário um humor pesado, quase amargo, escrachado. Tentei dar uma unidade, mas o tempo era curto, os capítulos começaram a ficar atrasados. Eu errara em juntar os dois, que começaram também a entrar em choque pessoal", concluiu. As tentativas de ajustar o tom da novela, incluindo transformar a trama em um grande drama, resultaram em queda ainda maior de audiência. 

Mesmo com a baixa audiência, a novela, que originalmente teria 161 capítulos, foi prolongada por mais 50 episódios a pedido da Globo, visando cobrir problemas de produção de Corpo Dourado. Zazá chegou ao fim em 10 de janeiro de 1998, totalizando 215 capítulos em oito meses de exibição.

Confira abertura da novela:

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