O Rebu estreia com morte, traição, intriga e elenco afinado
Um corpo na piscina, um festa de arromba, muitos convidados marcantes e apenas um culpado. Já nas chamadas comerciais a novela O Rebu, que estreou nessa segunda-feira (14), prometia ser ao menos intrigrante. Baseada na trama de 1974, escrita por Bráulio Pedroso, a novela conseguiu o seu objetivo principal logo de cara: prender o telespectador.
A primeira cena de imagens confusas, com tom de lembrança do que foi visto em uma festa memorável na mansão da rica Angela Mahler (Patrícia Pillar), dá o tom do que será visto a seguir. Muitos personagens são apresentados na primeira sequência, em uma cena animada na pista de dança. Os mais atentos já conseguem sentir o clima de tensão e identificar os principais desafetos, os maridos traídos, as mulheres fortes e o medo que paira no ar, fazendo com que todos pareçam culpados de algum pequeno delito.
Em contraponto com a festança dentro do casarão, um corpo boia na piscina. As gotas da chuva se misturam aos versos de Don't Let Me Be Misunderstood. Duda, personagem de Sophie Charlotte, sobe ao palco, a música para e ela canta melancolicamente a música Sua Estupidez, de Roberto Carlos, que diz: "ninguém pode destruir assim um grande amor. Não dê ouvidos à maldade alheia e creia. Sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo".
Para quem acompanhou as chamadas, já imagina de quem é o corpo que está lá fora. Com a música ainda sendo cantada ao fundo, a promoter Roberta (Mariana Lima) se desespera à beira da piscina. Duda segue cantando, chorando e dedica ao único e grande amor da sua vida, Bruno (Daniel de Oliveira). Angela fica indignada com a provocação.
Roberta finalmente entra na piscina e tenta resgatar a pessoa. A câmera volta para Duda, que balbucia um "eu te amo". Braga (Tony Ramos) conversa com sua mulher e deixa claro que só foi à festa para conseguir "alguma coisa". A cena volta para a piscina. Uma desesperada Maria Angélica (Camila Morgado) vê a promoter tirando o corpo da água com grande dificuldade. Betina (Laura Neiva) chega e questiona se a amiga tem algo a ver com isso. Sem resposta, elas voltam para a festa.
Vic Muniz (Vera Holtz) aparece bêbada, procurando seu jovem namorado Kiko (Pablo Sanabio), que está aos beijos com Camila (Maria Flor), que perdeu seu marido, Oswaldo (Julio Andrade), na festa. A cena finalmente volta para a piscina e confirmamos que o morto é mesmo Bruno. Angela é chamada e eles decidem chamar a polícia da forma mais discreta possível. Gilda (Cássia Kis Magro) aparece e se desespera ao ver o rapaz, que visivelmente ela ama, estirado no chão.
Enquanto isso, Bernardo (José de Abreu) vasculha o caro do morto em busca de um dossiê, à pedido de Braga. Alain (Jesuíta Barbosa) rouba uma moto e vai embora para casa, mais tarde descobrimos que ele roubou várias joias da mansão. Assim que todos os personagens descobrem o crime que ocorreu na piscina, Camila e Kiko saem correndo do local.
Duda é a última a ver o corpo e se desespera. Em um discurso emocionado, ela se culpa pela morte do namorado. O capítulo termina na manhã seguinte do crime, quando Angela sofre um atentado. Um tiro é disparado em direção ao seu quarto, deixando incerto se a bala chegou ou não ao destino.
A novela teve ainda dois flashbacks. O primeiro mostra Angela e Gilda contratando Bruno como espião da empresa Mahler Engenharia. Anteriormente, ele era empregado de Braga. No segundo, vemos como o gerente de informática conheceu Duda.
O Rebu começou em clima bastante acelerado. Nem comerciais foram exibidos. As cenas ligeiras e cheias de informação deixam o espectador atônito em frente à tela, procurando quem tem motivos para matar. A fotografia em tons frios, a trilha sonora impecável, tudo no folhetim é extremamente bem feito.
A grande pergunta, além da clássica "quem matou?", é como a direção vai fazer para manter o clima. Na primeira versão, 50 capítulos se passaram para se descobrir de quem era o corpo. O assassino, é claro, só foi divulgado no final.
Para sustentar uma trama como essa, a história precisará ter, praticamente, uma virada a cada capítulo para manter o público entretido e não ficar cansativo. O encanto inicial já apareceu. Quem viu, certamente já está intrigado o suficiente para não perder um segundo. Se conseguir seguir interessante, já fica a pergunta: "por que em vez de Em Família, não estamos vendo novelas com a categoria de O Rebu?".
