Ator de 'Sangue Bom' diz que recebe propostas para ser "amigo de aluguel"
Pressa é uma característica que parece estar longe de Felipe Lima. Apesar de sonhar em fazer uma novela na TV Globo, Felipe confessa que direcionou sua carreira de uma forma que, durante alguns anos, insistiu pouco nesse desejo. O que, de certa forma, considera hoje ter sido uma boa estratégia. O ator, que interpreta o descolado Xandy, um "amigo de aluguel" em Sangue Bom, relatou ainda que recebe propostas para exercer a função também na vida real.
Quando foi chamado para fazer os primeiros testes para Sangue Bom, o papel que disputava era o do protagonista Maurício, que acabou nas mãos de Jayme Matarazzo. Em seguida, por ter agradado na primeira seleção, veio o convite para tentar a vaga do mau-caráter Tito, que ficou com Rômulo Neto. Nem esperava mais retorno até que, no dia de seu aniversário, 23 de novembro, recebeu um baita presente de 27 anos: tinha sido aprovado, mas para o papel do "amigo de aluguel" da história.
"Depois que comecei a ler os capítulos, achei que foi melhor para mim. É um personagem que não me deixa na linha de fogo por não ser principal, mas me permite diversos exercícios na atuação. É completamente sem estereótipos", vibra.
Na trama, Xandy é um jovem de 19 anos que queria ser mecânico de automóveis. Mas, por puro preconceito da mãe, que achava a profissão aquém de suas possibilidades, acabou enveredando para uma atividade um tanto quanto inusitada, a de "amigo de aluguel". Por ser oito anos mais velho que o papel, Felipe decidiu tentar mudar suas formas. Para isso, parou com quase todas as atividades físicas e tentou perder massa muscular. "Queria ficar com esse ar mais moleque, bem menino. Gosto de usar barba, mas agora eu sempre faço antes de entrar em cena. Faz uma diferença grande", conta.
A repercussão em cima do personagem tem surpreendido positivamente o intérprete. Felipe já se acostumou com as brincadeiras de telespectadores e até algumas propostas para "se alugar". No início, quando se preparava para começar o trabalho, até pensou em tentar alguns clientes e, assim, experimentar a atividade. Mas, depois de ouvir alguns amigos, achou que não era para tanto.
Hoje, mais seguro na profissão e esbanjando bom humor, Felipe brinca que poderia se aventurar, dependendo da proposta. "Por que não? Vai que alguém quer companhia para assistir a um filme ou a uma peça bacana e comer em um restaurante maneiro, acho que não teria qualquer problema", avalia.
Sangue Bom é o segundo trabalho de Felipe na Globo. O primeiro foi um dos episódios do programa Por Toda a Minha Vida, sobre o cantor e compositor Cazuza, em que interpretou uma paquera de um namorado do cantor. Depois disso, se mudou para São Paulo, onde interpretou o galinha Milton, no remake de Uma Rosa com Amor, do SBT. Na época, por conta desse trabalho, abriu mão de uma pós-graduação em Direção nos Estados Unidos.
"Fui fazer esse teste para o SBT completamente descompromissado. Se eu não passasse, ficaria feliz em Nova Iorque estudando cinema. Mas, depois de aprovado, tudo mudou e eu só pensava em fazer uma novela", lembra.
Agora, a maior meta de Felipe é alavancar sua carreira, principalmente na TV e no teatro. E Sangue Bom já lhe trouxe um grande trunfo. Ele comprou há pouco tempo os direitos do espetáculo Cock, de Mike Bartlett, que pretende montar, em breve no Rio de Janeiro. Durante a entrevista com Dennis Carvalho para a seleção final da novela, comentou isso com o diretor de núcleo. Sem saber, acabou fechando uma parceria e tanto para levar o projeto adiante. "O Dennis pediu para ler e curtiu. Tem tudo para ele ser o nosso diretor", adianta, orgulhoso.