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Com uma trama jovem, 'Sangue Bom' extrapola no troca-troca de casais

27 jul 2013 - 17h32
(atualizado às 17h32)
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Desmistificando o conceito de "celebridade", 'Sangue Bom' mostra os prós e contras da vida pessoal se tornar pública
Desmistificando o conceito de "celebridade", 'Sangue Bom' mostra os prós e contras da vida pessoal se tornar pública
Foto: TV Globo / Divulgação

João amava Teresa, que amava Raimundo, que amava Maria, que amava Joaquim, que amava Lili, que não amava ninguém. Trocando os nomes do poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, tem-se a história principal de Sangue Bom, novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari. A aposta dos autores em uma trama jovem desencadeou uma sequência de amores e desamores que não fecham um ciclo de um provável "final feliz". No início da novela, Giane, de Isabelle Drummond, amava Bento, interpretado por Marco Pigossi, que não amava ninguém. Agora, Bento ama Amora, personagem de Sophie Charlotte, que há poucos meses amava Maurício, de Jayme Matarazzo, idolatrado por Malu, de Fernanda Vasconcellos. Humberto Carrão, que interpreta o vilão Fabinho, é o único dos seis protagonistas que, a princípio, só ama o poder e o dinheiro. Pelo menos é fiel.

Apesar do grande número de protagonistas, nos primeiros meses da novela, Amora foi a que teve mais visibilidade. Interagindo com a maioria dos personagens periféricos, a dúbia "it-girl" conseguiu dividir os espectadores. Se, em certos momentos, a personagem de Sophie despertava pena pelo passado sofrido, na cena seguinte, já era vista espezinhando quem estava por perto. Sem muito propósito até então, Isabelle Drummond poderia ser considerada uma "figurante de luxo". Protagonista em Cheias de Charme, a intérprete de Giane ainda não tinha mostrado a que veio na trama das sete. Apaixonada pelo "bom moço", Giane estava sempre em segundo plano, até a recente virada de sua personagem. Recatada e simples, funcionando como o contraponto da luxuosa Amora, a jovem começou a se importar mais com sua aparência e despertar a atenção de outros personagens. Tudo indica que até Bento, envolvido com as irmãs Amora e Malu, vai se render à paixão da sócia na floricultura.

Enquanto constrói delicadamente as tramas românticas, Sangue Bom tem a dose certa de um humor metalinguístico, que o tempo todo brinca com o próprio universo dos folhetins. Damaris, interpretada por Marisa Orth, dialoga frequentemente com outras tramas, fazendo referências à novela e a outros personagens. O uso dessa técnica, no entanto, não fica forçado e nem excessivo devido à própria temática. Desmistificando o conceito de "celebridade", Sangue Bom mostra os prós e contras da vida pessoal se tornar pública.

A contemporaneidade usada nos personagens e em suas histórias reflete intensamente nos detalhes mais técnicos da novela. Os desenhos, o tema de abertura e toda a trilha sonora remetem a temporadas antigas da trama infantojuvenil de Malhação. Se por um lado a história toda se encaixa no propósito de ser uma "típica" novela das sete, a iluminação deixa muito a desejar. Além de formar sombras no rosto dos atores, a luz empobrece os cenários. A juventude da trama, no entanto, parece ter agradado aos espectadores. Depois de uma novela cansativa e arrastada como Guerra dos Sexos, Sangue Bom tem alcançado média de 27 pontos no Ibope.

Fonte: TV Press
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