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Tupi ousou ao fazer gozação em novela com personagens fantasiosos há 55 anos

Trama da Tupi misturou humor, romance e referências cinematográficas, mas enfrentou rejeição do público e mudanças de rumo durante sua exibição

2 dez 2024 - 15h02
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Personagens de Super Plá eram inspirados em obras do cinema
Personagens de Super Plá eram inspirados em obras do cinema
Foto: Divulgação / Contigo

Em 1º de dezembro de 1969, há 55 anos, a TV Tupi estreava Super Plá, novela que marcou pela ousadia criativa do autor Bráulio Pedroso. Após o sucesso de Beto Rockfeller, ele propôs uma narrativa experimental, misturando elementos de cinema, teatro, TV e histórias em quadrinhos. A chamada da obra, que ousou ao fazer gozação com personagens fantasiosos, desafiava: "Beto Rockfeller, uma revolução na TV brasileira. E agora, Super Plá, vinte anos à frente em termos de telenovela!".

Fantasia escrachada

O enredo de Super Plá levava o realismo ao delírio, com personagens exagerados que beiravam o absurdo. O jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, elenca as caricaturas do folhetim: Joana Martini (Marília Pêra), inspirada em Joan Crawford, dividia a cena com figuras como um personagem baseado no Tio Patinhas e Titina (Bete Mendes), uma cega que lembrava a florista de Luzes da Cidade, de Chaplin.

Para Antônio Pedro, diretor e ator da trama, o projeto era um "delírio criativo" que, apesar de divertido, era subversivo demais para a época. Os roteiros muitas vezes traziam apenas indicações gerais, e os diálogos eram improvisados pelos atores, valorizando a espontaneidade.

Mudanças no roteiro e queda de audiência

Apesar da inovação, a recepção do público foi morna. Com baixa audiência, Bráulio Pedroso foi substituído por Marcos Rey, que reformulou o texto e eliminou personagens. A trama ganhou um tom mais cômico, centrando-se nos papéis de Irene Ravache e Rodrigo Santiago. Mesmo assim, a novela teve vida curta e terminou sem sucesso.

Embora Super Plá tenha sido encerrada precocemente, seus personagens ganharam uma segunda chance nos palcos. Baby Stompanato e Joana Martini protagonizaram a peça A Vida Escrachada de Joana Martini & Baby Stompanato, com Hélio Souto e Marília Pêra. A montagem foi um sucesso e consolidou o talento de Pedroso no teatro.

Em 1976, Pedroso tentou transformar a peça em uma novela para a Globo, mas a censura do Regime Militar vetou o projeto.

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