O que a tragédia de ‘Adolescência’ tem a ver com o futuro incerto da TV
Série da Netflix tem protagonista com hábito de entretenimento semelhante ao da maioria das novas gerações
A televisão vai acabar? Esta pergunta busca resposta desde o início da ascensão da internet. A velha TV ainda mostra força, porém, não consegue uma ação básica para garantir sua sobrevivência e relevância: atrair os jovens.
Na série britânica ‘Adolescência’, da Netflix, o protagonista Jamie Miller, de 13 anos, representa o perfil das novas gerações em relação aos hábitos de entretenimento. Esqueça a trama do crime, dê foco a como ele se distrai em casa.
O rapaz faz das redes sociais o seu mundo principal. Ali, com os olhos na tela, ele é protagonista e há senso de pertencimento. O mesmo acontece com milhões de outros adolescentes. Não têm interesse na TV aberta nem nos canais pagos.
Consomem principalmente o conteúdo (bom e mau) do YouTube, TikTok e Discord. Isolam-se dos adultos e, muitas vezes, da realidade, do convívio familiar e social, das obrigações.
Emissoras tentam, desesperadamente, atrair quem tem menos de 20 anos. Já tentaram contratando influenciadores famosos para participar de programas e novelas. Por enquanto, resultados decepcionantes. Os seguidores não parecem dispostos a trocar o universo digital pela TV.
Sem a imprescindível renovação de público, o veículo de massa perde audiência rapidamente e não sabe como será seu futuro. Veja o exemplo da poderosa Globo, em constante crise no Ibope.
Enquanto isso, o streaming Max ganhou importante terreno nas redes sociais com ‘Beleza Fatal’, novela dinâmica e pensada para agradar aos ‘novinhos’, inclusive com estímulo à criação de memes.
