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‘Pantanal’ faz público esperar que ‘Globo volte a ser Globo’

Nova versão de sucesso da década de 1990 é a grande aposta do canal para sair da crise de audiência e recuperar status

7 mar 2022 - 12h55
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Juma (Alanis Gullen), uma das protagonistas de ‘Pantanal’
Juma (Alanis Gullen), uma das protagonistas de ‘Pantanal’
Foto: Divulgação/TV Globo

Após assistir às chamadas de ‘Pantanal’ no canal de YouTube da Globo, um telespectador registrou um comentário curioso: “Finalmente a Globo voltando ao que era”.

Esta é, em parte, a intenção do diretor de Entretenimento da emissora, Ricardo Waddington. Fazer a teledramaturgia do canal reconquistar o status e o público dos tempos dourados.

Por outro lado, ele quer modernizar as novelas, investindo em tramas menos óbvias, com temas interessantes a pouco de atrair e fidelizar uma nova geração de público.

O remake de ‘Pantanal’ tem incontáveis desafios. Primeiramente, precisa superar a linguagem da bem-sucedida versão original, exibida na extinta TV Manchete em 1990, e reprisada no SBT em 2008.

O folhetim rural escrito por Benedito Ruy Barbosa está entre as novelas melhor avaliadas desses 70 anos de ficção na TV, ao lado de produções como ‘Senhora do Destino’ (2004), ‘Vale Tudo’ (1989/1990), ‘Roque Santeiro’ (1986) e ‘Irmãos Coragem’ (a original, de 1970/71).

Na época, ‘Pantanal’ estremeceu a Globo. Derrotava os programas da linha de shows da emissora. Na tentativa de reagir, o canal esticava a novela ‘Rainha da Sucata’, protagonizada por Regina Duarte, Tony Ramos e Gloria Menezes, e produziu às pressas uma trama cômica para a faixa das 22h, ‘Araponga’, com Tarcísio Meira, que não fez sucesso.

Outra missão dura será aumentar a audiência na faixa mais nobre da televisão, das 21h30 às 22h30. Receberá de ‘Um Lugar ao Sol’ uma herança maldita: média inferior a 23 pontos.

A meta para o horário é de 30. Para atingir esse patamar, o folhetim vai precisar trazer de volta mais de 1 milhão de noveleiros que abandonaram a Globo nos últimos meses somente na Grande São Paulo.

Mais uma tarefa complicada: empolgar as redes sociais. O brasileiro desenvolveu o hábito da ‘segunda tela’ (ver TV interagindo com outros telespectadores no Twitter ou Facebook), porém, as últimas tramas não mobilizaram os usuários. Houve baixa repercussão.

O último fenômeno do gênero aconteceu há 10 anos, com ‘Avenida Brasil’. A internet vibrava em tempo real – lembra do “oi, oi, oi”? –durante a exibição dos capítulos. Esse engajamento se tornou relevante termômetro para publicitários e seus anunciantes.

As primeiras impressões de ‘Pantanal’ empolgaram não só o público como também a cúpula da Globo, esperançosa de retomar bons índices no Ibope e o prestígio de sua teledramaturgia, ofuscada por sucessos da concorrência em canais pagos e plataformas de streaming.

A novela é uma tentativa de respirar ar fresco depois de cansativas reprises na pandemia e folhetins urbanos inéditos que não impressionaram (‘Amor de Mãe’ e ‘Um Lugar ao Sol’).

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