Pastores famosos são acusados de desviar meio milhão de idosa morta
Pastores compraram carros, passagens áreas e mais bens de alto valor no nome da vítima
A Polícia Civil de Roraima concluiu uma investigação que resultou no indiciamento de cinco pessoas ligadas a uma igreja evangélica, incluindo um casal de pastores. Eles são acusados de integrar uma associação criminosa voltada ao estelionato e à apropriação indevida de bens pertencentes a uma idosa de 66 anos, Severina Lima Sobral da Cruz, que morreu em 2020.
De acordo com a apuração conduzida pela Delegacia de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência (DPIPCD), o grupo teria se aproveitado da confiança da vítima para registrar bens de alto valor em seu nome, como veículos e passagens aéreas. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 500 mil. Os suspeitos — todos membros da mesma congregação religiosa — incluem um pastor de 56 anos e sua esposa, pastora de 55, além do tesoureiro da igreja, de 68 anos, e dois missionários, de 51 e 24 anos. Nenhum dos nomes foi divulgado pelas autoridades.
O caso veio à tona após uma denúncia feita por um dos filhos da vítima. Segundo ele, Severina era constantemente pressionada a fazer transferências e saques bancários sob o pretexto de auxiliar a igreja e a família pastoral. Durante o período de convivência com os líderes religiosos, quatro automóveis foram financiados em nome dela, mas utilizados exclusivamente pelos indiciados.
Ainda segundo a polícia, os envolvidos teriam atuado para manter o esquema em sigilo, contando com o apoio dos dois missionários. Além disso, os pastores também são investigados por curandeirismo. Há indícios de que ofereceram líquidos supostamente terapêuticos — sem qualquer respaldo médico — como forma de tratar doenças crônicas da idosa, incluindo diabetes, hipertensão e problemas renais.
