Político diz que tiraria a Globo do ar: “Acabou com a virilidade do povo”
Fernando Chiarelli polemiza ao comparar a ação da emissora em relação aos brasileiros com uma das maiores tragédias humanitárias
Fernando Chiarelli já foi chamado de ‘o Bolsonaro de Ribeirão Preto’. Há quem o veja como um conservador mais ‘raiz’ do que o ex-presidente.
Cumpriu mandatos como vereador da cidade paulista e deputado federal pela região, uma das mais ricas do País. Passou por quase 10 partidos. Hoje está filiado ao Patriota.
Em entrevista ao podcaster Monark, o político se manifestou fortemente contra a TV Globo. Perguntaram a ele no estúdio: por que a emissora da família Marinho foi contra Bolsonaro e voltou a apoiar o Lula, tem grana na jogada?
“A Globo é uma emissora estrangeira, ela é Estados Unidos. (...) Se pegar as digitais de quem arrasou com os judeus em campos de concentração, vai pegar os nazistas. Se pegar as digitais de quem desgraçou, tirou a virilidade, a força, a coragem do povo brasileiro, vai encontrar as digitais da Rede Globo de Televisão”, disse.
“Se sou presidente, por decreto, no primeiro dia, tiro a Globo do ar. A Globo tem que trabalhar no inferno. Aqui no Brasil, não.”
Em relação aos dois presidentes citados na pergunta, Chiarelli não poupou sarcasmo. “Quanto a essa de ela apoiar Bolsonaro ou Lula, os dois são tão iguais... Abacaxi não tem frente nem costas.”
O boato de que a Globo é submissa ao governo norte-americano e dominada por magnatas de outros Países não nasceu agora. Vem desde a sua inauguração em 1965. Nada foi provado.
Criada pelo jornalista e empresário Roberto Marinho (1904-2003), a emissora pertence 100% aos herdeiros dele, que mantêm o capital fechado, sem acionistas de fora.
A Constituição não permite estrangeiros no controle de empresas de comunicação no Brasil. Podem ter no máximo 30% do negócio.
Em outubro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro vetou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que previa a abertura da mídia ao capital estrangeiro.
Sobre tirar a Globo do ar, a ‘ameaça’ de Fernando Chiarelli dificilmente se concretizaria. O presidente da República não tem o poder de suspender ou cancelar a concessão pública de um canal de TV. A palavra final a respeito é do Congresso Nacional.