Por dinheiro, Globo exibe rival que ‘rouba’ telespectadores
Emissora não recusa comerciais de plataformas de streaming apontadas como grande ameaça à TV aberta
No domingo (20), a Netflix dominou um intervalo do ‘Big Brother Brasil 22’. Foram quase 3 minutos anunciando filmes originais que vão estrear na plataforma até o fim do ano.
Pela tabela, o custo pelo espaço ficaria em torno de R$ 2 milhões. Mas a gigante americana de streaming pagou mais caro por se tratar de um ‘golden break’ (comercial de ouro), ou seja, um intervalo exclusivo para a marca. O investimento pode ter chegado a R$ 3 milhões.
A Netflix já havia feito ação semelhante antes na Globo. Com cerca de 20 milhões de assinantes no Brasil (número que representa 10% da população), a empresa gasta fortuna em publicidade para não perder terreno às concorrentes em ascensão, como Amazon Prime Video, Apple TV+ e GloboPlay.
Aliás, o GloboPlay virou a ‘galinha dos ovos de ouro’ do Grupo Globo. De acordo com relatório da agência Fitch, houve aumento de 27% de assinantes entre setembro de 2020 e o mesmo mês do ano passado. Há previsão de faturamento superior a R$ 1 bilhão em 2022.
Mesmo enxergando a Netflix como grande concorrente de sua plataforma de streaming e da própria programação no sinal aberto, a Globo não dispensa o dinheiro da rival nos intervalos. A meta de aumentar o lucro faz a emissora líder em audiência aceitar promover as atrações que poderão levar parte de seus telespectadores.