Por fim, Chay gigante, Agatha guerreira, Gabz prejudicada e Adriana desperdiçada
Novela com recorde negativo de audiência, 'Mania de Você' teve ainda grande atuação de Eliane Giardini e ótima dupla feminina de vigaristas
Chegou ao fim o martírio de ‘Mania de Você’. Tanto já se falou dos problemas da trama principal, nada a acrescentar.
Melhor destacar o que se salvou: o desempenho de atores talentosos e dedicados, comprometidos com a novela.
No ar, nenhum sinal de desânimo com a baixa audiência, as críticas na imprensa e a rejeição das redes sociais.
Destaque para Chay Suede como Mavi. De mocinho a vilão, levou o folhetim nas costas do começo ao fim. Mais uma vez, mostrou sua força dramática e o carisma irresistível.
Agatha Moreira reverteu a monotonia inicial de sua personagem, Luma. Cresceu muito ao longo das fases da história. Tornou-se uma heroína convincente em busca de justiça e de ser verdadeiramente amada.
Gabz foi a grande vítima do roteiro. Uma sucessão de equívocos prejudicou a performance da atriz. Ao invés de simpatia e torcida, Viola despertou no público apenas raiva ou indiferença. A artista merece outro papel de protagonista para superar essa experiência irregular.
Adriana Esteves fez o que pode com o material oferecido por Mércia. Precisa tomar cuidado com as próximas escolhas de papéis. Após tantas antagonistas com semelhanças (Thelma, Laureta, Inês, Carminha) corre o risco de se repetir.
Berta começou pequena e, aos poucos, conquistou merecida amplitude na novela. Aos 72 anos, Eliane Giardini deu aula de interpretação em várias cenas. Provou que uma personagem coadjuvante pode ser tão ou mais interessante do que os protagonistas.
Do mesmo núcleo, palmas para a interação saborosa entre Mariana Ximenes (Ísis) e Thalita Carauta (Leidi) como golpistas complementares e divertidas. Garantiram um sopro de leveza numa trama excessivamente soturna.
‘Mania de Você’ termina com média de 21 pontos, a menor da história da faixa das 21h da Globo. Mas o autor João Emanuel Carneiro não deve ser medido por este tropeço.
Os altos e baixos são comuns na vida de qualquer criador. Ele já presenteou os fãs de teledramaturgia com grandes obras: ‘Da Cor do Pecado’, ‘A Favorita’, ‘Avenida Brasil’, ‘Todas as Flores’. Que se supere no próximo trabalho.
