Por que ‘Fuzuê’ tem a melhor heroína e a vilã mais interessante do momento
Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa mostram maturidade artística e sintonia fina ao protagonizar rivalidade na novela das 7
Após mudanças acertadas na trama, ‘Fuzuê’ se revela uma experiência prazerosa a quem gosta de uma telenovela com personagens carismáticos, drama sem exagero e pitadas de comédia.
Aos 27 anos, Giovana Cordeiro faz de Luna uma protagonista crível e interessante. Acerta ao atuar sem os clichês das mocinhas clássicas, excessivamente ingênuas e sensíveis.
A designer de biojoias é uma mulher forte: por mais que sofra, logo se levanta para retomar a batalha. Não tem medo dos desafios nem daqueles que se colocam como seus inimigos – o principal deles é a meia-irmã Preciosa (Marina Ruy Barbosa).
Luna trabalha e encontra tempo para amar. As cenas românticas e sensuais com Miguel (Nicolas Prattes) humanizam a heroína. Aliás, a boa química entre os atores e a explícita beleza de ambos dão tempero especial à trama.
Mulher miscigenada em busca de reconhecimento profissional, seus direitos como cidadã e a plenitude no amor, ela é a cara da brasileira. Milhões de telespectadoras se identificam com a personagem, certamente.
Como antagonista, Marina Ruy Barbosa vive seu melhor momento na carreira. Nota-se explícita evolução do talento.
Faz uma vilã odiosa com várias camadas: há maldade intrínseca, falha de caráter, mas também fragilidade disfarçada e até humor cáustico.
Ainda que tenha iniciado na teledramaturgia ainda criança e acumule quase 20 anos de experiência diante das câmeras, impressiona sua maturidade artística aos 28 anos.
Preciosa é aquele tipo de malvada que mexe com o público. Fácil detestá-la e, ao mesmo tempo, compreendê-la em alguns aspectos. Sua complexidade remete à profundidade da psique feminina.
Até onde se sabe, Giovana e Marina se dão bem nos bastidores. A feliz escalação faz com que ressaltem o brilho uma da outra quando contracenam. Nos últimos anos, poucas vezes vimos interação tão eficiente e equilibrada.