Por que Globo é refém de reprises de novelas e não inova na programação da tarde
Projetos de atrações de variedades foram apresentados, mas existe o temor de trocar o certo pelo duvidoso
Sabe o conceito ‘bom e barato’? É mais ou menos por isso que a Globo mantém o ‘Vale a Pena Ver de Novo’ no ar. Criada em 1980, a faixa de reprises tem o melhor custo-benefício para o canal.
Colocar as tramas antigas demanda pouco investimento – autores, diretores e atores ganham quantias baixíssimas pelos direitos – e rende audiência relevante.
Atualmente em exibição, ‘Mulheres Apaixonadas’, de 2003, chega a encostar no remake de ‘Elas por Elas’. Na segunda-feira, dia 9, por exemplo, o placar foi 15 a 17 pontos de média no Ibope.
Os cinco folhetins transmitidos anteriormente no ‘Vale’ – ‘O Rei do Gado’, ‘A Favorita’, ‘O Clone’, ‘Ti Ti Ti’ e ‘Laços de Família’ – tiveram médias entre 15 e 18 pontos, resultado excelente.
A faixa logo após o ‘Jornal Hoje’ também está ocupada com telenovelas. No momento, ‘Mulheres de Areia’, de 1993, gera média de 12 pontos, com mais público do que toda a programação anterior, desde o ‘Bom Dia Brasil’.
Essa estabilidade no Ibope contrasta com os altos e baixos que a Globo enfrenta nas três faixas de novelas inéditas (às 18h25, 19h40 e 21h20) nos últimos anos, com sucessos e fracassos se alternando.
Há na emissora projetos para programas no horário vespertino, misturando jornalismo e entretenimento, porém, executivos da emissora consideram um risco suspender a reapresentação de novelas clássicas.
Eventual fuga de telespectadores pode prejudicar a sequência da programação, especialmente a faixa nobre (das 18h à 0h), onde a TV garante seu maior faturamento. Por enquanto, os noveleiros da tarde estão com sua diversão garantida.