Por que perseguir alguém em reality show é dar de presente o prêmio à vítima
Vários casos em ‘A Fazenda’ e no ‘Big Brother Brasil’ ressaltam a tática burra de demonizar um participante e subestimar a inteligência do p
Está acontecendo de novo: um competidor de reality show é cruelmente perseguido por colegas no confinamento. Dia e noite, ele é provocado, humilhado, rejeitado.
Aqueles que o atacam creem cegamente que são justiceiros, mas, na verdade, se tornam odiados pelos telespectadores. E o participante sob máxima pressão vira o favorito a vencer o programa.
Desconhecido da maioria do público até o começo de ‘A Fazenda 16’, Sacha Bali foi alçado ao posto de protagonista do reality show da Record. Seus algozes não fazem outra coisa a não ser espezinhá-lo.
Já o acusaram de ser agressor de mulher, rico se fazendo de pobre, duas caras, homofóbico, entre outras desonras. Por enquanto, nada colou. Nas principais redes sociais, a maioria dos comentários é de apoio ao ator de 43 anos.
O comportamento da turma de ‘haters’ onde estão Sidney Sampaio, Fernando Presto e Giselly Bicalho lembra o do personagem mais famoso de Sacha, o Metaformo da novela ‘Os Mutantes: Caminhos do Coração’, de 2008.
Construído em laboratório, ele era movido pelo sadismo. Gostava de zombar de tudo e todos. Usava o poder de ficar invisível ou assumir outra aparência para provocar os inimigos. Os peões perturbam Sacha na expectativa de que uma reação violenta acabe na expulsão dele. Por enquanto, falharam.
Mesmo quando se envolve em discussões, o ator mantém a coerência. Seus carrascos ficam ainda mais irritados. Estranhamente, não percebem as atitudes equivocadas que tão somente beneficiam o alvo. Eles fortalecem Sacha ao invés de debilitá-lo.
Nem recados da apresentadora Adriane Galisteu os trazem à realidade. A previsível eliminação de Zé Love, o mais incisivo de todos, talvez produza algum flash de lucidez. Impossível não entenderem o recado do público. Caso insistam em bombardear Sacha, vão aumentar a chance de ele ganhar o prêmio de R$ 2 milhões não pelo que fez de bom, mas por aquilo de mal que fizeram com ele.
Já vimos essa dinâmica tantas vezes... Com o Kleber Bambam no ‘BBB1’, o Jean Wyllys no ‘BBB5’, o Arthur Aguiar no ‘BBB22’, o Davi Brito no ‘BBB24’, o Dado Dolabella em ‘A Fazenda 1’, o Rico Melquiades em ‘A Fazenda 13’, a Jaqueline Grohalski em ‘A Fazenda 15’, entre outros casos semelhantes.
Mesmo com tamanha repetição, ainda há quem opte pela tática errada de eleger um alvo e acreditar que os telespectadores vão aprovar a escolha sem contestação. Nada menos inteligente do que subestimar a inteligência e a autonomia do público votante. Graças a seus desafetos, Sacha Bali já está com o chapéu de campeão quase na cabeça.
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