Preferido da redação do 'JN' para suceder Bonner corre abaixo do radar
André Trigueiro reúne qualidades que o credenciam a assumir a mais importante bancada do telejornalismo
Cadê você, William Bonner? O apresentador e editor-chefe do 'Jornal Nacional' anda sumido da TV.
Tirou uns dias de folga e foi curtir a tranquilidade de uma propriedade de campo com a mulher, a fisioterapeuta Natasha Dantas.
Na quarta-feira (16), o jornalista completou 59 anos. Está na Globo desde junho de 1986. Tornou-se titular do 'JN' 10 anos depois. Em 1999, assumiu o controle da redação.
De tempos em tempos, surge o boato de que ele deixará o comando do telejornal para liderar outro projeto ou se aposentar.
Em outubro de 2021, o próprio comentou a respeito em uma rede social. "Bom, daqui a 10 anos, certamente vou ver (o 'JN') de casa!... Gente, o tio tem que descansar também."
Apesar da negativa de Bonner de uma saída a curto prazo, o rumor suscita especulações sobre quem irá sucedê-lo na bancada mais importante do telejornalismo.
Fala-se especialmente de César Tralli, 51, âncora do 'Jornal Hoje', na Globo, e do 'Edição das 18h', da GloboNews.
O bom desempenho do carismático Márcio Bonfim, 42 anos, da Globo Recife, ao cobrir folgas e férias no 'Jornal Nacional', também o colocaram no páreo.
Na redação do Jardim Botânico, o nome preferido é outro. André Trigueiro corre por fora, sem alarde, apesar de ser um nome óbvio ao cargo por sua história bem-sucedida na TV.
Hoje, ele faz diferentes aparições. Na GloboNews, está à frente do programa 'Cidades e Soluções' e atua como comentarista no 'Estúdio i' e no 'Em Pauta'.
Em 2020, no início da pandemia, foi promovido ao rodízio de apresentadores do 'Jornal Nacional'. Sente-se em casa no posto. Por alguns anos ancorou o 'Jornal das 10' da GloboNews.
Trigueiro, de 56 anos, mantém a alma de repórter, com a curiosidade e a inquietude de quem vai atrás da notícia onde ela está, sem se acomodar nos confortáveis estúdios de TV.
Muito antes da valorização da pauta do meio ambiente na mídia, ele já defendia a sustentabilidade e mostrava iniciativas para salvar o planeta. Escreveu livros a respeito.
"A minha utopia como profissional de imprensa é usar os recursos que eu treinei e tentei sofisticar para ser jornalista em favor da cultura de paz, de um mundo melhor e mais justo", disse em entrevista ao projeto 'Memória Globo'.
Lançou outras obras, focadas na espiritualidade. Segue a doutrina espírita propagada pelo médico francês Allan Kardec no século 19.
Além de escrever para jornais e participar de programas de rádio, leciona jornalismo ambiental em universidades.
Recebeu dezenas de prêmios por reportagens e pela dedicação pessoal a conscientizar o público sobre a preservação dos recursos naturais e os riscos da descontrolada degradação do planeta.
Um dos mais importantes reconhecimentos por seu trabalho jornalístico com valor social foi ter virado nome de uma biblioteca que serve a várias comunidades do Rio.
Merecida homenagem a quem, de sua posição privilegiada, se importa verdadeiramente com as pessoas, o futuro das cidades e a regeneração da Terra.
Em seus perfis no Instagram e no Twitter, ele produz conteúdo relevante e compartilha memórias da carreira na comunicação.
Trigueiro tem a torcida discreta de numerosos colegas do jornalismo da Globo para suceder a Bonner não apenas pelas capacidades vistas no vídeo, mas também pelo comportamento nos bastidores.
É considerado 'gente boa': acessível e prestativo, bem-humorado e sem o estrelismo visto em alguns jornalistas que se consideram celebridades.
Sua facilidade de improvisar (imprescindível a quem faz jornalismo ao vivo) e o consistente conhecimento sobre política e economia reforçam suas credenciais como candidato a titular do 'Jornal Nacional'.
Há uma qualidade extra: a personalidade marcante. Para não ficar à sombra de Bonner, o sucedor precisará imprimir fortemente sua marca.
Em alta na bolsa de apostas, André Trigueiro vai completar 30 anos na Globo em 2023.