Presidente da Ucrânia foi ator na TV e ironizava políticos
Volodymyr Zelensky se tornou pop star em seu País ao usar a comédia para criticar o cargo que ocupa hoje
A arte imita a vida. No caso de Volodymyr Zelensky, a vida também imitou a arte. Ele alcançou o sucesso na televisão da Ucrânia em um programa de humor no qual interpretava o presidente de seu País. Tornou-se tão popular ao debochar dos políticos de hoje e do passado que, em 2019, se lançou candidato à Presidência. Não era piada. Foi eleito com 73% dos votos.
No momento, o jovem chefe de Estado (completou 44 anos em janeiro) é o inimigo número 1 do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ambos protagonizam o conflito bélico entre suas nações iniciado na noite de quarta-feira (23). Ironicamente, o ator Zelensky defendia em esquetes cômicas na TV que a Ucrânia mantivesse integração linguística e cultural com a ‘mãe’ Rússia.
O humorístico ‘Servo do Povo’ fez de Volodymyr uma celebridade. O presidente da ficção dizia o que os ucranianos queriam ouvir, especialmente em relação ao fim da ‘mamata’ dos políticos carreiristas e à corrupção sistêmica. Espertamente, o Partido da Mudança Decisiva adotou o título do programa como novo nome. Foi por essa legenda influenciada pela televisão que Zelensky se elegeu.
Judeu, filho de um professor e uma engenheira, o atual presidente da Ucrânia se lançou nas artes aos 17 anos, quando passou a participar de competições de stand up comedy. Por pressão familiar, se formou em Direito, mas nunca exerceu a profissão. Em 2003, aos 25, foi trabalhar como roteirista, produtor, ator e diretor de atrações na TV. Logo chegou ao cinema. Fez parte do elenco da franquia russa de comédias ‘Love in the Big City’.
O ativismo político de Zelensky surgiu em 2014, quando comandou protestos contra o então ministro da Cultura da Ucrânia, que pretendia banir artistas russos do País. Foi a partir daquela exposição na mídia que conseguiu realizar ‘Servo do Povo’. Seu personagem era um professor de História que ganhava a eleição para presidente após viralizar um vídeo no qual ele reclamava dos corruptos que saqueavam o governo ucraniano.