Em ano de Copa e eleições, 'CQC' evita "firulas"
Mistura bem feita entre jornalismo e humor, o CQC enfrenta a falta de concorrência com certo comodismo. É sintomático que, desde a estreia, em 2008, ninguém consiga chegar ao tom documental recheado de piadas corrosivas proposto por Marcelo Tas e sua trupe. Por conta disso, ano após ano, o programa vem apresentando coisas novas de forma tímida, como se tivesse medo de mudar. Na contramão dessa postura, em sua sétima temporada, a produção parece buscar o entusiasmo desgastado ao longo dos anos. Sobretudo, após sucessivas perdas de repórteres para outras emissoras e programas da própria Band – casos de Danilo Gentili, Mônica Iozzi, Rafinha Bastos e Rafael Cortez. De cara, a principal novidade do ano é na condução do programa. Na ânsia de valorizar a "prata da casa", o CQC perdeu ao retirar da bancada o furor de Oscar Filho. Mas a escolha de Dani Calabresa para sentar-se ao lado de Tas e Marco Luque se mostrou acertada. Boa com ironias e de raciocínio rápido, ela evidencia que faltava mesmo a presença de uma mulher na apresentação.
A bancada fez bem também para a imagem de Dani. A humorista estava focada em um quadro totalmente equivocado e não teve um bom primeiro ano no CQC. Ela ainda vai fazer algumas reportagens, mas a principal figura feminina das matérias da produção será a igualmente loura Naty Graciano. E logo em suas primeiras externas, a nova repórter já pôde mostrar que conseguiu se adaptar rápido ao estilo do programa. Seja invadindo a área esportiva ou cobrindo o cenário político de Brasília. Em tempos de Copa e eleições, inclusive, esses assuntos parecem concentrar as forças da equipe, em quadros como os novos Torcida Vip e Olho por Olho, ou matérias do já tradicional Proteste Já.
Entre os quadros que estreiam nesta temporada, nem sempre a presença de um bom repórter como Mauricio Meirelles garante um resultado satisfatório. Enquanto ele se dá bem no 50 por 50, soa enfadonho em Os Impostores. Quando a pauta é sobre famosos, quem leva a melhor é o já experiente e "chapa branca" Felipe Andreoli, que, por não ser tão agressivo, acaba conseguindo tirar boas sacadas de seus entrevistados. Aparando algumas arestas e revisitando apenas o que é bom, o CQC aparece enxuto e eficiente em 2014. Mas ainda carece de uma real e ampla reformulação.
CQC – Band – Segundas, às 23h30