Quem é o repórter testado como âncora e agora na fila para suceder Bonner
Além de se destacar no ‘JG’, Bruno Tavares ganha status por ‘furos’ como no escândalo do cartão de vacinação de Bolsonaro
No ‘Estúdio i’, da GloboNews, Andréia Sadi parabenizou Bruno Tavares pelas informações em primeira mão a respeito da operação da PF na residência de Jair Bolsonaro, em Brasília, para apurar falsificação em cartões de vacinação da covid-19.
De manhã, o repórter fez sua primeira entrada ao vivo de casa. Depois, correu para o estúdio da Globo, de onde transmitiu mais informações apuradas com suas fontes nos meios da polícia e da política.
Foi mais um ponto positivo para a reputação do jornalista. Ele tem emplacado ‘furos’ importantes na TV. Em abril, conseguiu dados sobre a atuação de auditores da Receita no caso das joias sauditas presenteadas ao clã Bolsonaro.
Ainda no mês passado, Bruno novamente cobriu dias de folga de Renata Lo Prete na bancada do ‘Jornal da Globo’. Pela apuração do blog, ele foi bem avaliado pela cúpula do jornalismo da emissora desde a primeira vez na função, em dezembro de 2022.
Na Globo, raramente um repórter ganha a oportunidade de, sozinho, comandar interinamente um telejornal. É uma prova de fogo ao vivo sem margem para erro.
Um desempenho eficiente serve de trampolim para concorrer a uma vaga fixa em estúdio, objetivo da maioria dos jornalistas de vídeo que ‘ralam’ na reportagem de rua.
De perfil discreto, Bruno Tavares agrada a seus chefes por se destacar sem roubar a atenção da notícia e não polemizar nas redes sociais.
Tem a qualidade imprescindível a um âncora: fontes quentes que fazem o canal dar informações relevantes à frente dos concorrentes.
Foi-se o tempo em que bastava ao apresentador ler os textos no teleprompter e eventualmente soltar um comentário genérico. Precisa entregar mais.
Graduado pela PUC-SP, o repórter trabalhou no extinto ‘Jornal da Tarde’ e no tradicional ‘Estadão’ antes de ir para a TV. Está há 10 anos na Globo. Começou em telejornais locais e hoje faz matérias para o ‘Jornal Nacional’.
Sem alarde, Tavares entra no radar de quem cogita possíveis sucessores de William Bonner. O veterano âncora e editor-chefe do telejornal mais influente da TV já manifestou a vontade de se aposentar. Ele fará 60 anos em novembro.