Quem matou a apresentadora comparada com a Princesa Diana? Mistério virou série
Produção da Netflix destaca a comoção provocada pelo assassinato de Jill Dando e a dúvida sobre a autoria do crime
“Diana era nossa rosa, Jill era nosso girassol”, diz uma cidadã inglesa na série documental ‘Quem Matou Jill Dando?’, novidade na Netflix. Os três episódios detalham o homicídio que chocou o Reino Unido em abril de 1999.
Com 37 anos na época, a apresentadora da BBC News foi abatida com um tiro na cabeça na porta de sua casa, em um bairro chique de Londres. Estava de casamento marcado. Era um dos rostos mais famosos da televisão. A rainha Elizabeth se manifestou chocada.
Jill era comparada com Diana por conta da beleza e o carisma. Diziam até que a princesa havia copiado seu corte de cabelo. Além de comandar telejornais e reportagens especiais nos quatro cantos do planeta, ela estava à frente de um programa polêmico.
O ‘Crimewatch’ era uma espécie de ‘Você Decide’ (Globo). A reconstituição de crimes hediondos servia para incentivar telespectadores a denunciarem foragidos da Justiça.
A morte de Jill gerou um episódio especial na tentativa de identificar seu assassino. Havia a suspeita de que tinha sido baleada em retaliação por algum bandido preso com a ajuda do programa. Paralelamente, surgiram outras versões levantadas pelos detetives.
Sob pressão da mídia e do público, a polícia parecia perdida na investigação. Até que uma figura soturna levou a culpa. Tudo parecida resolvido, porém, uma reviravolta arrastou o caso à estaca zero.
A série aborda um tema relevante: o preço da fama cobrado de jornalistas da TV. Não é raro serem perseguidos por fãs obcecados e haters. A visibilidade os deixa expostos a eventuais riscos.
Vale rememorar dois casos no Brasil. Em 11 de junho de 2020, um homem invadiu a sede do jornalismo da Globo, no Rio, a fim de encontrar a âncora do ‘JN’ Renata Vasconcellos, aniversariante do dia. Com uma faca, ele fez a repórter Marina Araújo refém. Após uma breve conversa com Renata, o indivíduo se rendeu à polícia.
Quando apresentava o ‘Jornal da Globo’, Lillian Witte Fibe recebia cartas e ligações de um homem desconhecido que se dizia casado com ela. Nestas situações, difícil determinar se é interesse inofensivo ou perigo iminente.