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Quem são as jornalistas de TV que mais desafiam e enfurecem Bolsonaro

Mulheres da imprensa se tornaram alvo de ataques ao protagonizar o noticiário crítico ao presidente

7 set 2022 - 07h43
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A discussão entre Jair Bolsonaro e Amanda Klein na sabatina do presidente à Jovem Pan News ressaltou o incômodo que ele sente ao ser contestado por uma mulher. 

Mais uma vez, fez um comentário fora do contexto para se defender e, ao mesmo tempo, tentar desestabilizar e desacreditar a entrevistadora. 

Disse que o marido da jornalista vota nele. Sim, o empresário Paulo Ribeiro se declara bolsonarista. 

Essa informação é curiosa, porém, irrelevante. Klein se tornou uma comentarista de política respeitada por sua postura profissional e ética. 

De pensamento progressista e com visão de mundo oposta à do bolsonarismo, ela até ganha pontos por se manter fiel às suas convicções sendo casada com um eleitor do presidente. 

Aliás, um casal com ideologias políticas divergentes é um exemplo positivo do funcionamento do sistema democrático. 

Após a polêmica na JP News, Paulo Ribeiro parabenizou a mulher pela “valentia” ao enfrentar o candidato. 

A estratégia sexista de Bolsonaro para se defender do questionamento firme de uma jornalista foi vista também no debate na Band. 

Após ouvir a apresentadora do ‘Roda Viva’, Vera Magalhães, fazer uma avaliação negativa de seu papel no combate à pandemia, a atacou de maneira desrespeitosa. 

“Vera, não podia esperar outra coisa de você. Você dorme pensando em mim. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro. Já está apelando”, disse. 

Tal agressividade foi interpretada por analistas da TV como uma autossabotagem à tentativa de atrair o eleitorado feminino. 

Houve forte reação da imprensa e de outros candidatos ao Planalto em solidariedade a Vera Magalhães e contra Bolsonaro. 

Anteriormente, o presidente mirou artilharia contra Daniela Lima, da CNN Brasil, conhecida pela firmeza ao avaliar o governo. 

Uma frase da âncora foi desvirtuada na internet para dar a entender que ela torcia contra a recuperação da economia. 

“É uma quadrúpede. Afinal de contas, acho que não preciso dizer de quem ela foi eleitora no passado, né? De outra do mesmo gênero”, disse o presidente a apoiadores. 

Além de insultar a jornalista da CNN Brasil, ele ofendeu a ex-presidente Dilma Rousseff. O tom misógino provocou indignação. 

Outra jornalista alvo do belicismo verbal de Jair Bolsonaro foi Miriam Leitão, da Globo e GloboNews. 

Tiveram alguns embates. O presidente afirmou mais de uma vez que a comentarista mente a respeito da tortura sofrida na ditadura. 

A irritação de Bolsonaro com a comentarista começou na campanha de 2018, em sabatina ao vivo na TV. 

A fim de constranger os entrevistadores, o então candidato lembrou que o fundador da Globo, Roberto Marinho, apoiou o regime militar. 

Pouco depois, Miriam Leitão leu uma nota oficial com reprovação à ditadura e reforçando a importância da democracia. 

Surpreso, Bolsonaro ficou com expressão contrariada e não ganhou tempo para comentar. O programa foi encerrado sem ele se despedir. 

Daquele dia em diante, a veterana jornalista passou a receber críticas e deboches de pessoas ligadas ao candidato posteriormente eleito. 

Três semanas mais tarde, o presidenciável teve um embate com Renata Vasconcellos ao ser entrevistado na bancada do ‘Jornal Nacional’. 

Ele citou a diferença salarial entre a âncora e seu colega William Bonner ao responder sobre defender ganhos menores às mulheres em relação aos homens. 

Provocada, Renata o enfrentou olhos nos olhos. “O meu salário não diz respeito a ninguém, e eu posso garantir ao senhor, como mulher, que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu.” 

A jornalista ainda devolveu a provocação. “Eu, como contribuinte, ajudo a pagar o seu salário (de deputado).” 

No auge da pandemia, o presidente voltou a atacar Renata. Revoltado com o ‘JN’, ele disse que a apresentadora fazia “cara de freira arrependida” ao noticiar as mortes por covid-19.

Vera, Daniela, Miriam, Amanda e Renata: jornalistas mulheres estão sempre na mira de Bolsonaro
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Foto: Blog Sala de TV
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