Rachid na ‘Renascer’ de 1993 morreu em tragédia no próprio apartamento
Luiz Carlos Arutin marcou presença na teledramaturgia com personagens carismáticos assim como o ator era atrás das câmeras
Na madrugada de 8 de janeiro de 1996, uma vela acesa causou princípio de incêndio no apartamento do ator Luiz Carlos Arutin em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. Ele pediu à mulher e ao filho caçula que deixassem o imóvel e ficou sozinho para tentar debelar o fogo.
A rapidez das chamas gerou tanta fumaça que o artista perdeu os sentidos. Homens do Corpo de Bombeiros o encontraram caído. O atendimento médico foi rápido, mas ele não resistiu.
Artin morreu a 11 dias de completar 63 anos e pouco antes de começar a gravar as primeiras cenas de ‘O Rei do Gado’, dos mesmos autor e diretor-geral, Benedito Ruy Barbosa e Luiz Fernando Carvalho, que o tinham escalado para um dos maiores sucessos de sua carreira, três anos antes.
Na versão original de ‘Renascer’, o ator viveu o mascate ‘Turco Rachid’. Na primeira fase, ele salva a vida do jovem Zé Inocêncio (Leonardo Vieira) ao costurar sua pele. Na etapa seguinte, aparece eventualmente em visitas ao coronel interpretado na maturidade por Antônio Fagundes.
Paulista de Barretos, descendente de sírios e italianos, Luiz Carlos Arutin construiu sólida carreira no teatro antes de estrear na TV. Ganhou prêmios importantes, como o Molière e o APCA.
Em novelas, seu primeiro personagem de destaque foi Youssef em ‘Os Imigrantes’ na Band, em 1981. Quatro anos depois, roubou a cena como o mulherengo Oscar, que se fingia de doente para a esposa, em ‘A Gata Comeu’. Na 1ª versão de ‘Sinhá Moça’, em 1986, fez o papel do jornalista abolicionista Augusto.
Baixinho e magnético, Arutin encantava o público com o bom humor genuíno emprestado a seus personagens. Sem esforço, convencia nos mais diversos perfis.
No remake em exibição na Globo, o papel de Rachid foi rejuvenescido e ficou com o atoe e cantor Gabriel Sater.