BBB 25 e o alcoolismo: Reality está viciando participantes em bebidas?

Os participantes do Big Brother Brasil 25 estão enfrentando desafios que levantam discussões seríssimas do lado de fora. A sister Joselma, por exemplo, já demonstrou que ficou em abstinência de álcool na primeira semana do programa. Daniele Hypólito, por outro lado, comentou que precisou diminuir o consumo de bebida alcoólica em nome de sua saúde.

A psicóloga Dra. Débora Queiroz, especialista em comportamento alimentar e terapia cognitivo comportamental explica que, é normal que as pessoas demorem um certo tempo para se adequar a uma realidade sem seus vícios, o que pode ser observado no através do Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento desenvolvido por Prochaska e DiClemente em 1983. O estudo apresenta os estágios de mudança comportamental e os processos envolvidos na modificação de comportamento, oferecendo uma compreensão abrangente das fases pelas quais os indivíduos passam ao modificar seus hábitos.

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Mudar não é fácil

Dra. Débora Queiroz, esclarece que modificar padrões de consumo — seja de álcool, alimentos ou qualquer outro comportamento — exige um processo contínuo de adaptação e autoconhecimento. "A mudança de hábito não ocorre de um dia para o outro. Ela segue um percurso composto por estágios, que vão desde o desconhecimento da necessidade de mudança até a manutenção de um novo comportamento de forma consolidada", explica.

Segundo o modelo transteórico de Prochaska e DiClemente, a mudança de comportamento passa por cinco estágios principais:

1. Pré-contemplação - O indivíduo ainda não reconhece a necessidade de mudança e pode negar que o hábito seja problemático
2. Contemplação - Começa a considerar a mudança, mas ainda sente ambivalência e incerteza.
3. Preparação - Planeja estratégias para modificar o comportamento e pode iniciar pequenas mudanças.
4. Ação - Implementa efetivamente a mudança e enfrenta desafios como pressão social e gatilhos ambientais.
5. Manutenção - Consolida o novo comportamento e aprende a prevenir recaídas.

Álcool e o BBB

Segundo a profissional, a influência do grupo é um fator determinante no processo de mudança de hábitos. Em um ambiente onde festas, shows e atrações agitadas dominam o jogo, a expectativa de que todos consumam álcool pode gerar dificuldades para quem está na fase de ação ou manutenção da mudança.

Dra. Débora destaca que a pressão social pode dificultar a adesão a um novo hábito, especialmente quando ele contraria normas estabelecidas pelo grupo: "Muitas pessoas bebem não porque desejam, mas porque sentem que precisam se encaixar na dinâmica social. Quando alguém decide não consumir álcool, pode enfrentar questionamentos ou até rejeição, o que pode levar a recaídas, caso o comportamento ainda não esteja bem consolidado".

Largando o vício

Modificar um comportamento enraizado pode ser desafiador, mas estratégias baseadas na ciência do comportamento aumentam as chances de sucesso. Dra. Débora sugere algumas abordagens alinhadas ao modelo transteórico para quem deseja reduzir o consumo de álcool ou mudar qualquer outro hábito:

1. Reconhecer em que estágio está - Compreender se você está na fase de contemplação, preparação, ação ou manutenção ajuda a definir estratégias mais eficazes.
2. Gerenciar a ambivalência - Se ainda há dúvidas sobre a mudança, listar prós e contras pode ajudar a esclarecer os benefícios e reforçar a motivação.
3. Criar planos de enfrentamento - Identificar gatilhos que levam ao comportamento indesejado e desenvolver alternativas para lidar com eles aumenta a chance de sucesso.
4. Reforçar os pequenos avanços - Celebrar progressos, mesmo que graduais, fortalece o senso de autoeficácia e ajuda na transição entre os estágios.
5. Construir um ambiente favorável - Reduzir a exposição a influências negativas e se cercar de pessoas que apoiam a mudança facilita a manutenção do novo hábito.

"Ao acompanhar o BBB, percebemos que a relação com o álcool, a alimentação e outros hábitos não é apenas uma questão de força de vontade. Ela envolve estágios de mudança, influências sociais e desafios emocionais. O importante é que cada um faça escolhas alinhadas aos seus valores e objetivos, respeitando seu próprio tempo e processo", conclui Dra. Débora Queiroz.