BBB | Federação Brasileira da Síndrome de Down repudia falas de Fernanda
A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) divulgou uma nota de repúdio nesta quarta (20/3) contra uma fala de Fernanda Bande no "BBB 24". Exibida na noite de segunda […]
A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) divulgou uma nota de repúdio nesta quarta (20/3) contra uma fala de Fernanda Bande no "BBB 24". Exibida na noite de segunda (18/3) na Globo, a fala aludia a Beatriz Reis como alguém "dodói", afirmando "estava faltando cromossomo ali". Segundo a entidade, o comentário foi capacitista e discriminatório.
"Por meio desta nota, expressamos veemente nosso repúdio as falas capacitistas e discriminatórias proferidas pela participante do reality show Big Brother Brasil 2024, Fernanda Bande, em relação às pessoas que têm alteração cromossômica", começa o texto, que recebeu o título de "Fernanda, o cromossomo não deixa a pessoa 'dodói'".
A FBASD lembrou que o comentário foi ao ar na semana em que se comemora o Dia Nacional e Internacional da Síndrome de Down. "E lamentável, que em plena semana na qual se comemora o Dia Nacional e Internacional da Síndrome de Down, dia 21 de março, cujo propósito é trazer esclarecimentos e informações acerca dessa condição genética e eliminar o preconceito ainda existente na sociedade, que um programa repercutido nacionalmente propague esse tipo de conteúdo", continuou.
"Ao tratar de tais comentários, torna-se imprescindível tecer acerca da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a qual traz em seu artigo 5° que todos são iguais e que os Estados deverão trabalhar contra a discriminação, e no seu artigo 8° traz que serão adotadas medidas para conscientizar toda sociedade. Assim, tais comentários atentam contra a Convenção e contra as pessoas", seguiu a nota.
A Federação ainda reforçou que a fala alimenta o preconceito contra as pessoas com deficiência e destacou o fato de Fernanda ser mãe de uma criança com autismo, que luta pela inclusão.
"Reforçamos que este comportamento implica na continuação estrutural do preconceito contra as pessoas com deficiência, infringindo a lei n° 13.146/15 (LBI - Lei Brasileira de Inclusão) que deixa bem claro, em seu Art. 88, que é crime praticar, induzir ou incitar discriminação contra pessoas em razão de sua deficiência. Nos causa grande estranheza terem sido proferidas pela mãe de uma criança com autismo, que vive a luta pela inclusão no seu cotidiano. Esperamos que o programa e a Rede Globo se manifestem e façam uma retratação, além de disseminar conteúdo informativo a respeito das síndromes existentes, a incluir a síndrome de Down", encerrou.