BBB22: apagões como os de Scooby se assemelham a epilepsia de ausência
Segundo especialista, pessoas com esse quadro apresentam dificuldade em manter relações afetivas e não podem exercer atividades de risco
Não é de hoje que os "apagões" de Pedro Scooby, de 33 anos, chamam a atenção do público do 'BBB22'. A própria produção do reality já brincou com o fato de ele ficar "fora do ar" por alguns instantes.
Entretanto, Ana Volpe, psicóloga com especialização em psicanálise pela USP, acredita que os sinais apresentados podem remeter a um problema sério. A profissional pondera que é impossível cravar um diagnóstico para Scooby, mas os sintomas apresentados por ele se assemelham aos de pacientes que convivem com o quadro de epilepsia de ausência, também chamada de desligamento.
Em casos assim, não é recomendado que os pacientes exerçam funções de alto risco. Além disso, há relatos de dificuldade em manter relações afetivas.
"Se a pessoa não consegue controlar usando anticonvulsivantes, ela fica impossibilitada de assumir algumas profissões que envolvem risco. Em relacionamentos também pode ser um impeditivo, pois se o cônjuge não entender esses sintomas, pode ser um problema para a saúde do relacionamento", comenta.
De acordo com Ana Volpe, a epilepsia de ausência costuma ser mais frequente em crianças, mas também ocorre na fase adulta. Além dos "apagões", também são comuns à doença: a ausência de resposta a estímulos, frequência de olhares vagos, pausas repentinas nas atividades, perda de consciência e esquecimento.
Tratamento e cura
A epilepsia de ausência geralmente é associada a fatores congênitos, ou seja, a elementos que nascem com o indivíduo, advindos de sua herença genética. Casos em que a doença se desenvolveu ao longo da vida podem ser despertados por traumas ou acidentes. Segundo a especialista, estes últimos são possíveis, mas muito raros.
O diagnóstico, por sua vez, é feito a partir de uma bateria de exames neurológicos sobre como o paciente responde a diferentes estímulos. Caso seja comprovada a doença, a pessoa pode ser tratada de duas formas: medicação anticonvulsiva e, em último caso, cirurgia.
"Raríssimas exceções são cirúrgicas", complementa.